Crítica I O Mundo Sombrio de Sabrina – 3° Temporada

Apesar do final feliz, a 3ª temporada de Sabrina não se salva

Antes da temporada

Na segunda temporada, vemos Sabrina descobrindo seus novos poderes, enquanto frequenta a Academia de Artes Ocultas em tempo integral. Apesar de tentar ao máximo evitar as vontades do Senhor das Trevas, Sabrina acaba libertando-o em sua forma angelical, cumprindo a profecia de que ela governará junto a ele. Satã conta segredos sobre a família de Sabrina, e ele deve ser parado. Para isso, a bruxa tem um plano, que dá errado. Seu novo namorado, Nicholas, se sacrifica para capturar Satã dentro de seu corpo, e ele é levado como prisioneiro de volta para o Inferno.

Em janeiro de 2020, a Netflix fez uma campanha para promover a série, o que incluiu trailers e um clipe de música original, cantado por Kiernan Shipka.

A terceira temporada representa um marco para a Igreja da Noite, que sempre teve os homens como autoridades na cultura. Agora, com Lilith no comando do Inferno e Satã preso, as coisas estão mudando.

Durante a temporada [Alerta de Spoiler]

Zelda se proclama Diretora da Academia de Artes Ocultas, e Alta Sacerdotisa e tem que comandar toda a Igreja da Noite, instituindo uma adoração à Lilith, agora que Satã está fora de cena.

Logo no primeiro episódio, temos uma caracterização do Inferno que poderia ter sido mais assustador, considerando que a classificação etária é de 16 anos. Em uma série que promove orgias e muito sangue fresco, Inferno foi decepcionante. Por outro lado, a corte infernal é muito bem retratada, com maquiagens sensacionais.

Se no último episódio da 2ª temporada temos Kiernan Shipka cantando Masquerade, nesta temporada podemos ouvir mais não só de Sabrina, como também de Roz, Theo e Harvey. A banda e as líderes de torcida fazem com que a terceira temporada seja muito mais musical, o que dá um ar jovial à serie porque afinal, os personagens estão no Ensino Médio.

Outro ponto negativo foi o excesso de histórias paralelas. Temos Sabrina se tornando a Rainha do Inferno, a busca aos objetos infernais comandada pelo novo pretendente ao trono Caliban, a ameaça de Satã quando ele se liberta, os bruxos pagãos, a equipe de cheerleading e o arco de Faustus Blackwood. Os episódios são construídos de forma que esquecemos das outras histórias quando não estão sendo comentadas, e a série perde o foco rapidamente.

Um dos destaques da atuação é Gavin Leatherwood, que interpreta Nicholas Scratch. Nicholas tem um arco muito sofrido e, enquanto Satã estava em seu corpo, Gavin oscila entre os dois personagens de forma brilhante, dando muito destaque aos olhos e à voz. No entanto, o excesso de cenas de Gavin sem camisa é forçadíssimo e é apenas fan service (e de Caliban também).

Nesta temporada podemos conhecer também bruxas de diferentes culturas, como Mambo Marie que, aparentemente, será interesse amoroso de Zelda, uma bruxa voodoo muito talentosa. É interessante notar também os poderes de deuses gregos, muito comentados nos episódios e que com certeza voltarão para a 4ª temporada.

O final não me agradou nem um pouco, porque vemos mais do mesmo: Sabrina mexendo com elementos que ninguém ousaria se meter e não dando a mínima para as consequências a longo prazo. Mas o que poderia dar errado com uma Sabrina do passado no Inferno e uma Sabrina do presente com a família? Muitas coisas, que provavelmente vamos conferir na próxima temporada.

Depois da temporada

Quem é fã não vai deixar de ser fã por conta do excesso de floreio nos episódios, mas uma série que poderia ser facilmente maratonada perde para os episódios de longa duração. Esperamos que a quarta temporada tenha mais foco, mostrando mais dos personagens secundários, e dando um basta nas decisões de Sabrina mimada e egoísta.

6

NOTA

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