Antes do filme
O que mais chama atenção em Não Abra são o produtores, Sean McKittrick e Raymond Mansfield, os mesmos de Corra!, que consagrou Jordan Peele como um dos maiores diretores do horror contemporâneo. O novo longa, um pouco menos ambicioso, conta com o diretor indiano Bishal Dutta e a atriz Megan Suri (Eu Nunca…) como protagonista, e é baseado em experiências pessoais do diretor.
Durante o filme
Não Abra conta a história de Samidha (Megan Suri), uma adolescente indo-americana com dificuldade de conciliar as duas culturas em que cresceu. Na primeira cena que a vemos, ela está se depilando; pede para ser chamada de Sam, evita conversar em hindi com seus pais e se afastou dos amigos sul-asiáticos para sair com novos amigos brancos. É nesse momento que uma colega de infância que já foi muito próxima de Sam começa a agir de forma estranha, e pede sua ajuda para conter um monstro que está em um frasco. Sam precisa voltar às histórias hindus contadas por gerações para combater o demônio.
O filme tem muitos diálogos em hindi, que aparecem com legenda em inglês na versão americana; a dinâmica familiar é um aspecto bem trabalhado, o que torna tudo mais real e crível dentro de um lar indiano. As atuações também são um ponto alto, com destaque para Neeru Bajwa no papel de Poorna, mãe de Samidha. Apesar dos bons sustos acompanhados de uma trilha sonora arrepiadora, a classificação indicativa de 14 anos não permitiu que o filme dispusesse de muitas cenas sangrentas. Isso parece ter prejudicado um pouco a história, que pedia um terror menos psicológico e mais ameaçador.
Depois do filme
É hora de explorar contos e mitologias de outras culturas, porque os demônios do imaginário cristão já saturaram o terror há um bom tempo (mas seguem tentando, vide O Exorcista: O Devoto, que lançou ainda este ano). Não Abra pode não ser o filme do ano, mas traz uma inovação bem-vinda na categoria.