Crítica| Batman: Gotham By Gaslight

Nova animação da DC é empolgante e atmosférica.

Um dos assuntos mais comuns entre os fãs de quadrinhos é a, já velha, rixa entre Marvel e DC. Não é difícil encontrar pessoas discutindo sobre qual das editoras tem os melhores personagens, as melhores histórias, os melhores filmes. Mas um consenso entre a maioria dos que gostam do assunto, é a experiência da DC no campo das animações, principalmente os longas lançados diretamente para vídeo.


Com um catálogo de quase 40 filmes, é de se esperar que nem todos tenham agradado e especialmente de uns tempos para cá, com os filmes baseados no universo dos Novos 52, muitos apontaram uma queda na qualidade das produções.


Talvez como resposta as críticas negativas, o número de animações baseadas nesse universo vem diminuindo, enquanto são lançadas mais filmes baseados em histórias isoladas.


Esse é o caso de “Batman: Gotham By Gaslight”. Inspirado em um quadrinho lançado em 1989, o filme conta a história de um universo paralelo onde, no ano de 1889, as ruas de Gotham são assoladas por um assassino conhecido apenas como Jack, O Estripador e algumas pessoas estão tentando a todo custo impedi-lo.


Entre os que estão tentando capturar esse notório criminoso, temos o jovem Bruce Wayne, mais conhecido pelos malfeitores como Batman, e a bela Selina Kyle que quer proteger as pessoas ignoradas pela alta sociedade de Gotham. Enquanto investigam a verdadeira identidade Jack, os dois descobrem ter muito em comum, e desenvolvem um romance.


Um dos maiores trunfos do filme está na forma como consegue ambientar o universo do homem morcego na era vitoriana, tudo fica muito crível, ao mesmo tempo que a essência da maioria dos personagens é mantida.


Apesar de respeitar muito da essência dos personagens originais, há algumas diferenças além do período temporal, para que tenhamos a sensação de que este é um universo genuinamente único e não só o universo do Batman que já conhecemos com outra roupagem. Um exemplo disso são os personagens dos Robins, que aqui são órfãos que vivem nas ruas cometendo crimes, até encontrarem Alfred, que lhes dá uma proposta para que possam mudar de vida.


Outro ponto que se destaca positivamente no filme é o vilão. Apesar de passar a maior parte do tempo mudo, sua presença é ameaçadora, e a brutalidade de seus atos gera uma sensação de urgência em sua captura.


Além do vilão, os outros personagens também são muito interessantes, e suficientemente desenvolvidos. Um detalhe que foi especialmente bem trabalhado é o romance entre Bruce e Selina, muito crível e envolvente, fazendo com que torçamos pelo casal.


E nos quesitos técnicos, o filme também não deixa a desejar. A animação é fluida e a movimentação é muito boa, principalmente nas cenas de luta. O design dos personagens também é muito competente, remetendo ao material original, mas simplificando o suficiente para facilitar o processo de animação.


O resultado final da junção de todos esses elementos é uma animação que constrói seu universo de forma muito imersiva, apresentando uma trama simples, porém bem trabalhada, com um mistério muito bem construído e personagens carismáticos com uma animação esteticamente muito bonita, sendo um dos melhores lançamentos da DC em muito tempo.

8

NOTA

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