ANTES DO FILME
Lightyear, novo longa da Pixar que é a primeira estreia exclusiva nos cinemas do estúdio desde o início da Pandemia, é trazer para o público fã da série Toy Story o filme que originou o personagem Buzz Lightyear, este, que, eventualmente, origina o boneco presente nos quatro filmes e especiais da saga.
O filme segue uma narrativa comum ao se propor uma aventura; há aqui, portanto, um desligamento com os personagens de Toy Story e um foco e em contar uma história paralela ou, mesmo, de origem do boneco/herói Buzz Lightyear.
DURANTE O FILME
Com cortes rápidos e já com o fôlego, o filme se inicia com dois personagens: Buzz Lightyear e Alisha Hawthorne, dois patrulheiros do espaço, em uma missão: averiguar a possibilidade de existência de vida em um planeta desconhecido. A missão, no entanto, não é um sucesso e os patrulheiros da nave todos ficam impossibilitados de sair do planeta.
A efemeridade é, possivelmente, o principal tema do filme. Assim como em nos filmes da série original, Lightyear usa a passagem de tempo como pano de fundo para tratar e construir seus personagens e suas motivações. Se em Toy Story o tempo foi responsável pela mudança da visão do Andy em relação aos seus bonecos e como eles enfrentam a abrupta mudança, em Lightyear o tempo é usado para trabalhar com sub temas tais como intergeracionalidade, cansaço e, claro, o próprio caráter efêmero da vida. O filme propõe uma dinâmica interessante entre relações humanas, da própria amizade (tema, claro, recorrente nos filmes Toy Story), e desafia a própria audiência – em massa, infantil – a entender assuntos minimamente complexos.
Destaca-se também o avanço do filme em questões próprias à atualidade, tais como a diversidade sexual, inclusive por escolher usar de anacronismos para atingir seu objetivo. Isso porque, apesar do filme ser datado como um filme presente na infância de Andy, ou seja, datado antes de 1995, há uma presença considerável de evolução em relação à questão, isso devido, primordialmente, à presença de uma cena com beijo gay.
DEPOIS DO FILME
Lightyear é um bom respiro a uma série consistente de filmes e uma adição bem-vinda ao catálogo da Pixar. Seguindo uma retórica de jornada, com cenas de ação e constante energia, o filme traz emoção ao espectador que procura um bom filme pipoca. No entanto, o filme deixa a desejar no quesito originalidade, faltando uma marca única que o separe do comum.
As contínuas indagações a respeito de temas complexos que envolvem o próprio âmago humano são um respiro de ar fresco que o filme necessita, mas não são suficientes para o destacar no meio não só dos outros filmes da série Toy Story, mas também do catálogo recente da Pixar com filmes tais como Soul e Red – Crescer é uma Fera. Por fim, Lightyear é animado, acessível, engraçado e diverte suficientemente em suas quase duas horas, mas a falta de singularidade o impede de ser um filme excelente.