Imagine você subordinado a um governo totalitário. O que faria?

Sobre o autor

GEORGE ORWELL nasceu em Motihari, norte da Índia, em 1903. Filho de funcionário da administração britânica do comércio de ópio, estudou em colégios tradicionais na Inglaterra. Na década de 1920, foi agente da polícia colonial na Birmânia. Nas décadas seguintes, publicou romances, ensaios e textos jornalísticos. É considerado um dos autores mais importantes do século XX. Morreu em Londres, em 1950.

Enredo

Ano de 1984. Na fictícia cidade chamada Oceânia, Winston, um homem totalmente à mercê do estado totalitário e, consequentemente, suas políticas controladoras, tenta sobreviver em um governo que o observa – literalmente- 24 horas por dia. O romance, a cuja sinopse fiz alusão, é uma distopia. Escrita em 1949, insere-se neste contexto na medida em que o autor prevê o que aconteceria em 1984. Imaginou, assim, um mundo controlado por um Estado, que escravizava intelectualmente e fisicamente sua população. Todos os registros históricos são deturpados, todas as evidências que comprovariam a leviandade do partido são apagadas. Quem ousasse questionar, desafiar ou mesmo elaborar algum plano para extinguir o partido, seria, inevitavelmente, extinto pelo próprio.

Desenvolvimento

Na figura do ” GRANDE IRMÃO”, chefe do partido, as decisões são centralizadas e obedecem a certos princípios que, a certo modo, na contemporaneidade, poderíamos chamar de monarquia absolutista. Uma cidade em que é proibido casar-se, sendo o único e verdadeiro intento do governo o acasalamento para a procriação, uma vez que as crianças deveriam crescer com as ideias totalitárias e, assim, combater todos os subversivos. Um governo que prestigia o poder pelo poder. Nessa aventura caótica, Winston, que trabalha em um departamento do governo, tenta-se esquivar de todas ideologias putrefatas e obsoletas para época.

Crítica

George Orwell, autor também do famigerado ” Revolução dos Bichos”, nos brinda mais uma vez com ” 1984″. Permeando o discurso distópico, faz-nos refletir acerca da política contemporânea e os seus meandros. Será que não estamos submetidos a uma política totalitária, ainda que essa esteja embuçada de democracia? Os direitos civis estão sendo totalmente defendidos pelos trabalhadores, vulgo “proletas”? Até que ponto nossa liberdade não é inviolada? A despeito de esquerda ou direita e acreditando que todos somos seres políticos por natureza, visto que somos guiados por uma base ideológica, ler ” 1984″ é de suma importância para todo cidadão que almeja um futuro melhor, para todos aqueles que são fiéis às democracias e projetam uma civilização mais igualitária, humana e harmônica. De uma forma sutil e contudente ao mesmo tempo, modesta e sofisticada, Orwell nos faz pensar. É uma obra- prima.

 

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"1984", George Orwell

10

NOTA

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