A continuação de Death Note é o que muitos de nós pedimos por anos e quando finalmente anunciado, não teve a recepção esperada, na era do clickbait e do hate Death Note não iria ficar de fora, mas a curiosidade com certeza irá trazer até os mais resistentes para essa história que merece seu tempo.

SOBRE O MANGÁ

 

Death Note é o que podemos chamar de grande marco cultural, não somente por ter sido uma série de sucesso, apesar de curta comparada a outros grandes e indiscutíveis sucessos como Naruto, One Piece, mas por ter vencido a barreira do nicho, um feito que precisa ser reconhecido.

É necessário lembrar o período ao qual estamos falando para entender porque esse efeito tem tanta importância, em uma época atual onde heróis, quadrinhos, animações, músicas e séries asiáticas fazem tanto sucesso é difícil imaginar que houve um tempo que esses eram produtos consumidos por um nicho muito específico de pessoas e era algo fechado entre elas, quando Death Note apareceu com sua premissa simples,  um caderno que é uma arma capaz, basicamente, de matar qualquer um bastando um nome e um rosto, e a vontade daquele que o estiver em sua posse, mas que com isso trouxe debates morais e éticos enriquecedores quando coloca o leitor para pensar, personagens carismáticos e inteligentes, com decisões de enredo ousadas que chocam e deixam zonzos até os leitores mais ávidos e habituados a grandes reviravoltas, e por mais que os lados estejam muito bem delimitados ela evita ir para o lugar comum. 

Por todos esses motivos, entre alguns outros, este anúncio causou alvoroço e ansiedade, as opiniões mesclavam entre a total descrença sobre qualquer coisa boa que poderia vir ao mexer nessa história, devido o seu fim coeso e fechado, e a total confiança nas mãos de quem um dia nos entregou uma história que não só marcou, como também ganhou notoriedade, o que se pode dizer é que não houve um leitor que no mínimo curiosidade para saber o que viria. 

E cá estamos nós, a continuação anunciada veio e não posso dizer que estou decepcionada. 

 

DESENVOLVIMENTO

 

Pelo tédio ou pelas maçãs? Anos depois dos eventos da série de mangás Death Note que culminaram na morte precoce de Raito/Light Yagami, vulto Kira, e no conhecimento do mundo humano sobre Shinigamis e o livro da morte, Ryuk volta ao nosso mundo e traz consigo o Death Note, mas o mundo não é como no tempo de Raito, Minoru Tanaka, o adolescente que tem posse do Death Note nos dias atuais que foi de Kira e novo protagonista dessa história, explica para Ryuk como as coisas não são as mesmas e jamais seriam, não só pela marca que Raito deixou no mundo pelos seus feitos, ele é abordado em escolas, e é descrito pelo Minoru como alguém que acabou com guerra e diminuiu a criminalidade, o grande avanço tecnológico também é um fator importante, com câmeras em todos os lados por exemplo e o conhecimento que antes as pessoas não tinham da origem de tal poder capaz de fazer o Kira matar onde quer que ele estivesse, nos fazendo pensar que o que Kira foi capaz de orquestrar hoje dificilmente ele iria conseguir ir tão longe, e isso não é uma tentativa de rebaixar ou diminuir o antigo protagonista em relação ao novo, mas nos situar no mundo pós-Kira, algo que foi muito especulado após o fim do mangá, e é muito interessante ver quão marcante foram seus atos. 

Com tamanhos obstáculos para o uso do Death Note o que nosso protagonista faria com uma arma tão poderosa em mãos? Como ele irá lidar para driblar o conhecimento de todos a respeito de algo que quando estourasse logo seria associado ao Kira, e ele ganharia um alvo na testa? Por se tratar de uma oneshot não pretendo me estender em detalhes do enredo, são poucas páginas e em uma leitura rápida é possível concluir, e se eu falar muito eu posso estragar a experiência dos eventos que são narrados. 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Eu fui uma das pessoas que encarou com desconfiança, mas se viu ansiosa para finalmente ler e conseguir tirar de fato suas conclusões e é um conselho que eu dou, dê uma chance e poderá ser surpreendido positivamente com o que verá, tudo está ali mesmo que condensado em pouquíssimas páginas, então não espere uma trama muito elaborada, mas não deixa de ser inteligente, é grandioso como o próprio poder do Death Note exige, Minoru não tem intenção de substituir o Kira, ou superá-lo, seja em feitos ou inteligência, ele não visa nada disso, o que é bom, porque dá ao nosso protagonista personalidade própria e também a claro respeito pelo anterior, algo que os fãs irão gostar, não tem cara de fanfic, outra preocupação dado a tendência recente de agradar os mais aficcionados com fanservice mesmo que seja o ideal, Death Note não busca agradar, mas agrada, e aguardem um participação especial muito interessante e atual, um dos méritos da história original apesar da tecnologia lá não ser como temos hoje em dia e isso contribuir para os feitos do Kira, sinto que é atemporal, diferente de alguns enredos facilmente datados, aqui ocorre o mesmo, e é brilhante e também brochante para aqueles que gostariam de uma continuidade, mas é isto, Death Note não quer agradar aos gregos e troianos, mas sim contar uma história e ele o faz, seja em uma série ou em menos de páginas e isto é um feito que nem todos são capazes de executar.

10

NOTA

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