Crítica| Pantera Negra: Wakanda Para Sempre| Um verdadeiro tributo a Chadwick Boseman

Um filme que consegue passar toda a emoção que se pretende

Antes do filme

Chega aos cinemas, quinta-feira (10), o filme que talvez seja o mais esperado do ano, Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, a produção da Marvel Studios vem cercada de expectativas sobre como será o novo Pantera Negra após a morte do ator Chadwick Boseman, em agosto de 2020, o astro responsável por dar a vida ao rei T’Chala de forma memorável no primeiro filme.

Pantera Negra: Wakanda Para Sempre leva o clima de luto que permeou o meio cinematográfico e os admiradores de Chadwick para dentro do longa e, como forma de homenagem, resolveu não substituir o astro dando o mesmo destino a seu personagem no filme. A verdade é que o filme pode ser visto como um grande tributo a Chadwick Boseman.

Durante o filme

É em torno do luto que o enredo da história gira. A morte de T’Chala (Chadwick Boseman) abala toda Wakanda, não só por ter perdido seu rei, mas também seu protetor. O filme mergulha na multiplicidade de formas de se lidar com o luto, seja buscando conforto nas tradições e na espiritualidade, como a Rainha Ramonda (Angela Bassett), ou com uma raiva devastadora como a de Shure (Letitia Wright). Nesse contexto, é interessante destacar os conflitos que surgem entre modos de pensar de gerações diferentes, sobre que tipos de conhecimentos devem prevalecer, a  ciência e a tecnologia ou as tradições e a espiritualidade tão significativas para as culturas africanas, ou mesmo suas possibilidades de coexistência.

Em meio a esse contexto conturbado Wakanda precisa lidar com sérias questões geopolíticas, enfrentando ataques de outras nações em busca do vibranium. Não bastasse tudo isso, surge ainda Namor (Tenoch Huerta), o rei de uma nação submarina até então desconhecida, descendente de povos originários da região do México, que deseja declarar guerra aos povos da superfície.

O longa pode ser considerado o melhor filme de herói do ano, conseguindo trazer muita emoção, trabalhando os personagens de forma humanizada, com toda a complexidade e conflitos internos que pessoas vivenciam em momentos de grande tensão. Além disso, Pantera Negra: Wakanda Para Sempre traz as mulheres para o centro da narrativa, Shure (Letitia Wright), Rainha Ramonda (Angela Bassett), Okoye (Danai Gurira), Nakia (Lupita Nyong’o) e Riri Williams (Dominique Thorne) assumem a missão de proteger Wakanda e mostrar a força e liderança, mas sem perder a sensibilidade que a mulher preta pode ter quando necessário.

Sobre Namor (Tenoch Huerta), o filme traz mais uma vez um antagonista que, por muitos, talvez não seja visto como vilão, devido como sua origem é contada e pela legitimidade no seu discurso enquanto descendente de um povo que foi colonizado e oprimido. A forma como o personagem é construído faz com que a trama ganhe em nível de profundidade ao possibilitar não só o entendimento de suas motivações, mas também desenvolver um sentimento de empatia por ele.

A Marvel entregou uma produção quase impecável com um roteiro brilhante, ótimas atuações, uma trilha sonora incrível e  condizente com cada momento que o filme pedia além de algumas boas surpresas, talvez apenas o embate final entre Pantera Negra e Namor (Tenoch Huerta), poderia ter sido melhor explorado em termos de ação, mas não interfere muito na qualidade final do filme.

Depois do filme

A Marvel conseguiu mais uma vez superar as expectativas e já deixou o recado que Pantera Negra voltará e, além disso, deixou muitas possibilidades em aberto. Espera-se que Wakanda Para Sempre seja um sucesso de bilheteria e encerra brilhantemente a fase 4 do Universo Cinematográfico Marvel e agora é aguardar o que vem por aí.

9.5

NOTA

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