Antes do filme.
O novo filme da Mulher maravilha chega aos cinemas ainda no ano conturbado de 2020, adiado algumas vezes devido a pandemia, teve sua estreia programada para cinema e para o serviço de streaming HBO max. Todavia o excesso de trailers e campanhas promocionais criaram expectativas em personagens que não mereciam e/ou não tiveram o destaque desejado, tendo isto em vista, vamos fazer uma análise ao filme.
Durante o filme.
Patty jenkins já demonstrou que sabe conduzir um filme, seus atores e escolher os melhores ângulos de câmera para contar sua história. Neste filme, ela assume o cargo de roteirista, junto com Geoff Johns e David Callahan e o resultado é uma história divertida, empolgante e até mesmo fantástica, porém para uma revista em quadrinhos da Mulher Maravilha e não para um filme.
Os diálogos são simplórios e em dados momentos parecem destoar das imagens que estão sendo presentadas. Personagens e tramas que poderiam ter importância e real impacto no filme são facilmente esquecidos e/ou ignorados ao longo da trama, talvez na esperança de ocorrer um terceiro filme para serem resgatadas.
Todavia,os problemas apresentados no roteiro são opostos aos acertos em fotografia e nas trilhas musicais e sonoras. Matthew Jensen, o responsável pelas imagens do filme, faz um bom trabalho ao escolher planos e iluminações que mesmo não sendo “sensacionais ou inovadoras” apresenta uma técnica que contribui com a narrativa do filme e da impacto aos atores em seus movimentos e em suas decisões, fazendo jus o provérbio de que “cinema é imagem”.
A trilha musical do filme fica a cargo do vencedor do Oscar Hans Zimmer, que além de compor músicas novas para o filme, consegue usar as batidas das melodias para impactar e marcar a nostalgia cada vez mais clichê dos anos 1980.
A montagem/Edição do filme ficou com o indicado ao Oscar Richard Pearson, que utiliza de cortes rápidos e secos para mudar o foco do espectador e dar destaque ou não a possíveis erros de roteiro. A edição talvez seja a parte mais ambígua do filme, pois da mesma forma que ela é boa e engrandece a história, ela também faz com que cenas simples que não necessitariam de tanto impacto tenham mais destaque do que as realmente necessárias. Talvez a edição do filme tenha sofrido problemas por conta da pandemia e o desejo do estúdio de lançar em duas plataformas distintas tenha feito o filme ser reeditado, o que explicaria essa confusão.
Por fim, a interpretação dos atores. Gal Gadot parece ter assumido o manto da princesa amazona não de forma cenográfica como no primeiro filme, mas de fato como sendo a personagem na vida real. Ela convence quase o filme inteiro, são poucos os momentos que vemos uma atriz, o que é fantástico.
Porém a interpretação de destaque fica com Pedro Pascal e seu Maxwell Lord, ele convence como empresário, charlatão, vilão, pai, e em momentos parece uma caricatura do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e isso não é um ponto negativo, pode acreditar.
Todavia o personagem de Pascal mesmo sendo o destaque do filme, deixa a desejar, não por sua interpretação, mas sim pelo roteiro que cria uma trama tão complexa e grandiosa para um personagem que não pertenceria a este universo. A escolha de Pascal foi certeira, mas talvez a de Maxwell Lord não.
A atuação menos promissora do filme, fica novamente para Chris Pine, que parece ainda neste filme não entender o impacto de seu personagem na vida da protagonista, desta forma entregando uma atuação que parece exagerada em momentos de romance e moderado em cenas de ação, praticamente como se ele estivesse em outro longa.
Vale ressaltar que a atriz e comediante Kristen Wiig também entrega uma boa atuação, porém ela sofre de problemas drásticos devido a forma que sua personagem é construída na trama e no amplo destaque de seu personagem em campanhas promocionais que causaram uma grande expectativa para algo que não é, nem de longe, o foco do filme.
Depois do filme
Mulher maravilha 1984 certamente é um dos melhores filmes da nova leva da Dc comics, porém não chega aos pés da construção e do desenvolvimento do primeiro filme. Mesmo assim, é um ótimo entretenimento para se assistir com a família e com os amigos.
É um filme que deixa ganchos que podem ser explorados em tramas futuras e um universo rico praticamente inexplorado e já prometido desde o filme anterior.
Ele vale a pena ser assistido, se você puder apreciá-lo com amigos e/ou familiares, será uma experiência conjunta bem divertida, mas se for fazer isso considere assisti-lo pelo HBO Max, afinal a pandemia ainda não acabou.
E ai você já assistiu ao novo filme da Mulher Maravilha? Gostou? Concorda ou discorda com esta crítica? Comente aqui em baixo.
Edição: Hugo Montaldi
Revisão: Raquel Severini
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