Crítica | Downtown Abbey – O Filme Emociona mesmo para quem nunca viu a série

O filme serve como uma boa porta de entrada para quem não conhece a série, e agrada aqueles que já acompanharam

Antes do Filme

Downton Abbey – O Filme (2019), temos um longa que vai ao cinemas como continuidade da homônima série britânica que ocorreu entre 2010 e 2015.  Sua trama mostrava as crônicas de uma família aristocrática inglesa (os Crowleys) no início do século XX, mostrava as transformações da sociedade britânica e as contradições de uma nobreza que tenta manter seus status diante da modernidade que vai corroendo aos poucos suas tradições. Na verdade, o grande destaque da série está no andar debaixo, no qual vemos a equipe da criadagem da casa (desde o mordomo-chefe da casa, até os auxiliares de cozinha) fazendo de tudo para os bem-estar dos seus patrões, e são nas vozes e nas atitudes deles que vemos os ventos das mudanças.

Enredo e Trama

Após um hiato do fim da série de quatro anos, o escritor e criador da série Julian Fellowes (vencedor do Oscar de 2001 de roteiro em Assassinato em Gosford Park), retorna nesse longa para uma história na qual a Família Real Britânica resolve passar uma noite em Downton Abbey, o que causa uma grande efervescência na casa. Os Crowley – que deviam diminuir seus gastos gerais devido à crise econômica que se abatia sobre as nobrezas da época –  e agora não podiam medir esforços para agradar seus governantes. Enquanto isso, a criadagem, que de início por poder sentir orgulho por um dia por poder servir seus Reis, são postos de lado quando os hóspedes trazem seus próprios empregados, o que gera um sentimento de ciúmes e raiva com eles.

Para quem nunca assistiu a série, o filme serve como uma boa porta de entrada para aqueles que gostarem e quiserem acompanhar posteriormente suas 6 temporadas (que atualmente se encontram disponíveis no Amazon Prime). O único grande obstáculo para o iniciante é a grande quantidade de personagens que estão na tela (principalmente para os criados da casa, cujas funções podem ficar um pouco confusas para quem não acompanhou).  Como entram novos personagens, alguns antigos acabam tendo pouco destaque nesse filme (principalmente o Valete Mr.Bates, que durante a série é um dos grandes destaques).

No elenco, quem mais se destaca é Maggie Smith, com a sua elegante, mas de uma língua ferina, Violet Crawley, a avó da família, que sempre parece estar maquinando algo entre as paredes da casa. O texto e a interpretação dela trazem todo o charme que fazem as pessoas se apaixonarem pela sua personagem, que a cada cena em que aparece, sempre rouba a atenção da câmera para ela. Como uma curiosidade, nesse filme ela terá um embate com Imelda Staunton (que interpreta uma prima distante que está brigada com a família). As duas já dividiram a tela (e uma rivalidade) em Harry Potter e a Ordem da Fênix como as respectivas Professora McGonagall e Dolores Umbridge.

O longa aproveita em algumas histórias paralelas que ocorrem no filme para discutir os valores e mudanças dessa sociedade. Um dos mordomos da casa,Thomas Barrow (Robert James-Collier), vive o drama e ser um homossexual em uma Inglaterra no qual a sua condição é ilegal, e necessita manter as aparências, não apenas no seu emprego, e tambem na sua vida pessoal.  Outra história paralela é, Tom Branson (Allen Leech), Eles pegam sua história de um ex-rebelde irlandês e exploram sobre como fica sua lealdade com os Reis da Inglaterra visitando o seu lar e como reagiria a isso.

Depois dos Créditos

Downton Abbey, tanto o filme como a série é um deleite para os que gostam de histórias de época, de um roteiro bem escrito e com atuações fabulosas. Para quem viu a série, é maravilhoso ver seus personagens favoritos novamente, e para aqueles que que estão assistindo pela primeira vez, é uma ótima oportunidade de apreciar um pedaço dessa magnífica série.

 

10

NOTA

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