Crítica | Em um bairro de Nova York – Adaptação do musical explora temas relevantes de hoje em dia

(Divulgação Warner Bros)

A adaptação do musical é necessária para os dias de hoje

Antes do filme 

Em um bairro de Nova York é a adaptação cinematográfica da peça teatral de mesmo nome. A história gira em torno de personagens da comunidade latina que vivem na Grande Maçã. O filme musical tem como protagonista o músico e ator Anthony Ramos (“Hamilton” e “Nasce uma Estrela”) e tem a participação de Stephanie Beatriz (“Brooklyn Nine-Nine”)

Durante o filme 

No filme “Em Um Bairro de Nova York”, seguimos a vida dos imigrantes e descendentes de imigrantes que foram aos Estados Unido uma forma de prosperar e seguir com suas vidas. Assim como o musical, questões como identidade latino-americana, preconceito e sonho americano são postos à prova. Talvez os dois melhores exemplos disso sejam a história do protagonista Usnavi (Anthony Ramos), um comerciante que decide sair da terra do Tio Sam em busca de uma vida melhor e mais feliz, visto as dificuldades e preconceitos que à terra da liberdade pode proporcionar a membros da comunidade latina. 

Outro exemplo é a personagem Nina (Leslie Grace), que é filha de um dos maiores empresários do bairro, e que sempre teve a melhor educação, a ponto de conseguir ser a primeira do local a ir para uma renomada universidade. Porém, o preconceito por sua etnia e por seus costumes a fazem retornar para casa, agora ela deve lidar com o senso de responsabilidade imposta a ela por seus familiares por ter todas as oportunidades e desistido. 

Talvez o ponto mais importante do roteiro deste filme sejam os personagens, que vivem situações humanas e cotidianas, criando uma fácil identificação, até mesmo nos momentos que o exagero e o estereótipo latino-americano tradicional em filmes norte-americanos são empregados, tornam-se justificáveis quando são usados para exagerar as  suas emoções. 

A câmera, além de mostrar os acontecimentos, trabalha como um personagem à parte na história. Cada plano é feito e pensado para complementar as músicas e a história que vem sendo desenvolvida a fim de permitir que os espectadores tirem suas próprias conclusões do acontecimento. Os cenários são outro ponto importante na trama, pois ajudam a mostrar que apesar de a comunidade latina ser grande na cidade que nunca dorme, ela é diminuta comparado a sociedade norte-americana, ajudando a criar a ideia de que os imigrantes são vistos como a “ralé da sociedade” mesmo fazendo e sendo importantes para a diversidade e para a economia do local.

Apesar de muitos pontos positivos, talvez a pior parte seja as músicas, mas não por serem ruins ou desnecessárias, mas sim porque são músicas simples demais para uma história tão impactante. Mesmo sendo exatamente as mesmas do musical, no filme, elas se tornam esquecidas, visto que as situações e as atuações roubam o espaço da música. 

Depois do filme

É um filme necessário, principalmente para aqueles que vivem em países latinos e sonham em  imigrar para aos Estados Unidos. O filme mostra que mesmo à terra da liberdade permitindo que muitos sonhos se tornem realidade, ela é cruel com os diferentes e principalmente, que não há lugar na terra como o seu lar, por mais problemático que ele seja, seu lar é comporto do seu povo, e da sua cultura, e isso é muito mais importante do que você pode acreditar.  

(Divulgação: Warner Bros)

8.0

NOTA

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