Crítica | Wonka – Deliciosamente divertido

Willy Wonka mágico e otimista é o acerto do diretor Paul King e do ator Timothée Chalamet

Antes do filme

As movimentações para um novo livro do universo de A Fantástica Fábrica de Chocolate, livro infantil de 1964 do autor Roald Dahl, começaram em 2021. Depois de duas versões cinematográficas de Willy Wonka interpretadas por Gene Wilder em 1971, e Johnny Depp em 2005; é a vez de Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome, Duna) dar vida ao célebre fabricante de chocolate. O novo filme, no entanto, não é uma adaptação fiel do livro, mas uma história de origem de Willy, e como ele se estabeleceu como o mais famoso e excêntrico chocolatier de todos os tempos. A direção fica nas mãos hábeis de Paul King (Paddington 1 e 2), que sabe muito bem como criar uma história para toda a família.

Durante o filme

Muitos personagens impedem Willy Wonka de atingir seu potencial como fabricante de chocolate. Primeiro, o cartel de confeiteiros riquíssimos que não aceitam outro chocolatier de sucesso em sua cidade. Segundo, a dona traiçoeira da estalagem Mrs. Scrubbit (Olivia Colman), que aprisiona Willy em décadas de serviço de lavanderia. Terceiro, um homemzinho laranja (Hugh Grant) que rouba suas criações durante a noite. Nada disso é o suficiente para derrubar o otimista protagonista, que se junta à órfã Noodle (Calah Lane) e aos outros aprisionados da lavanderia para finalmente seguir seu sonho e de sua mãe, vender seu chocolate e se estabelecer na Galeria Gourmet, maior local de comércio da cidade.

Filmes leves e musicais não costumam estar na filmografia de Chalamet. Portanto, é natural que haja uma ou outra escapada (principalmente em suas harmonias), ainda que sua atuação traga um Wonka gentil, ingênuo, carismático e menos cruel do que seus antecessores. Outro destaque vai para Colman, com uma atuação caricata, é evidente que se diverte muito durante todo o filme (e lembra bastante Helena Boham Carter em Os Miseráveis). É difícil imaginar o galã Grant relegado ao papel de Oompa Loompa e, de fato, foi difícil de ver também. Ele já disse em entrevista que não gostou da experiência de captura de imagem para os efeitos especiais, e também não conseguiu trazer o espírito da criatura inusitada.

Willy de Chalamet se inspira no Wonka de Gene Wilder, e “Pure Imagination” ganha uma nova versão em sua voz. Apesar de ser um musical, as canções não são o destaque no filme. O tom brincalhão do longa é graças ao diretor, que consegue transitar entre momentos tristes e esperançosos com fluidez e experiência.

Após o filme

Wonka é o tipo de filme para se ver em família ou entre amigos. Ele será destaque em dezembro e, mesmo que não seja explicitamente um filme natalino, tem toda uma vibe doce e mágica que só o Natal – e o chocolate – traz.

9

NOTA

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