Crítica Netflix | Love Death & Robots – 2° Temporada

Novo ano de série, menos histórias e menos diversidade

Antes da temporada

Love Death & Robots é uma série antológica da Netflix que compreende curtas animados (de no máximo 18min) sobre amor, morte e robôs (ora, jura?). Depois do sucesso da primeira temporada em 2019, a segunda finalmente chegou em 14 de maio de 2021 . À primeira vista, a série parece um Black Mirror de animação, mas ele vai além da tecnologia e distopia, abordando empatia, sonhos e o sentido da vida.

Talvez o mais interessante de Love Death & Robots não seja o tema, e sim sua estética. Cada episódio foi criado, animado e dirigido por diferentes grupos e estúdios de diferentes países, gerando ideias e visuais únicos, seja 2D ou 3D.

Durante a temporada

A maior diferença entre a primeira e a segunda temporada é a quantidade de episódios. Enquanto a inicial tinha 18, a Netflix se ateve ao seu padrão atual de 8 episódios na segunda. Isso de fato limitou todo o potencial que a série tinha de oferecer mais histórias de qualidade.

Além disso, o tom da nova temporada é muito mais sombrio. Enquanto que nos episódios anteriores como “Quando o Iogurte Assumiu o Controle” e “Histórias Alternativas” são cômicos, todos os novos são pessimistas e possuem uma atmosfera pesada e escura. Isso não é ruim, só é diferente.

Dando uma passada pelos episódios, “Atendimento automático ao cliente”  é o que mais se assemelha ao formato da primeira temporada: conhecemos uma mulher cujo aparelho de organização da casa entra em modo expurgo e quer matá-la. “Gelo” acompanha um adolescente normal em um universo em que todos são modificados para melhorias no corpo e, curiosamente, é o que menos se encaixa na série.

“Esquadrão de Extermínio” nos transporta para um mundo onde o preço de viver para sempre é não poder ter filhos, e todos que os têm são neutralizados para conter o avanço populacional. Esse episódio é o mais triste, mas aborda temas de empatia e egoísmo, o que o torna um dos melhores da sequência.

“Snow no deserto” tem uma vibe que mistura Star Wars, Mad Max e Duna, com o protagonista procurado por caçadores de recompensa por um motivo desconhecido. “Grama alta” é um curta de monstros muito bem executado, tensão do início ao fim. “Pela casa” entra no mesmo tema do anterior, um episódio de monstros, mas com uma pitada de filme infantil de Natal. Em “Gaiola de sobrevivência” vemos a versão CGI (Imagem gerada em Computador) de Michael B. Jordan lutando contra um robô em um planeta desconhecido, e sim, a premissa é igual ao do primeiro episódio.

O último, intitulado “O gigante afogado” é uma reflexão sobre a humanidade. Apesar de não chegar aos pés de “Zima Blue”, conclusão da primeira temporada, “O gigante afogado” nos mostra como as pessoas reagem a um corpo gigante que acabou de aparecer em uma praia, curiosidade, depredação e esquecimento, como tantas outras coisas no nosso dia a dia.

Depois da temporada

A segunda temporada, infelizmente, caiu um pouco na qualidade das histórias. O conjunto funciona, mas peca pela similaridade dos assuntos abordados e por ser sombria demais. Por esse motivo, decepcionou os fãs mais fervorosos, uma vez que passa a mensagem de que todo cenário futuro é amaldiçoado. 

No que diz respeito à animação, todos os episódios são muito bem trabalhados, apesar de não variarem muito a estética (4 dos 8 episódios são no estilo 3D realista por computação gráfica). Agora, só resta esperar se a próxima temporada nos deixará satisfeitos fazendo jus à primeira ou desapontados como na segunda.

7

NOTA

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