Antes da temporada
Janeiro foi o mês das estreias na Netflix. Sendo assim, nada mais justo do que falar sobre uma das séries mais comentadas desde seu anúncio, Fate: A Saga Winx. É uma releitura do desenho infanto-juvenil italiano O Clube Das Winx, mas com uma pegada mais sombria e adulta. Antes mesmo do lançamento, a série live-action entrou em polêmicas como o embranquecimento de personagens importantes, Flora, latina no desenho, e Musa, asiática.
Durante a temporada
A história acompanha Bloom (Abigail Cowen), uma fada do fogo que entra na escola de magia Alfea. Lá, também estudam Stella (Hannah van der Westhuysen), Aisha (Precious Mustapha), Musa (Elisha Applebaum) e Terra (Eliot Salt). A protagonista, além de descobrir mais sobre seu passado, deve juntar forças com seus colegas para combater uma ameaça à escola.
A primeira temporada de Fate: A Saga Winx é bem curta, contando com apenas seis episódios, o que prejudica um pouco o andamento da série. Faltam conversas e momentos-chave para as cinco personagens principais criarem um vínculo de amizade.
Aliás, as atrizes fazem um bom trabalho dando uma personalidade específica para cada uma: Stella é a fada da luz, metida e vaidosa; Aisha é uma fada da água e é bem esportiva; Musa, diferente da animação, é uma fada da mente, que tenta viver reclusa para não sentir as emoções dos outros; Terra, que substitui a Flora da versão animada, é a fada da natureza, simpática, mas não atende aos estereótipos de gorda. Tecna, a fada da tecnologia no desenho, infelizmente não tem uma versão live-action (ainda).
Imagem das fadas na animação: Flora, Bloom, Musa, Tecna, Aisha e Stella
É interessante notar que todas as fadas possuem questões não resolvidas com o passado, o que abre possibilidades de novas tramas para o futuro, como Stella e sua relação com a mãe manipuladora e poderosa. Alguns erros da animação perduram no live-action, por exemplo, a falta de carisma de Bloom e a completa inutilidade dos personagens masculinos, que não possuem poderes e vivem treinando lutas mal coreografadas.
Vários elementos da ambientação deixam os fãs do desenho original nostálgicos, como os efeitos especiais dos poderes das fadas, o quarto das meninas e até a própria arquitetura de Alfea. O foco da série, no entanto, não é apenas magia e fantasia, mas também há uma narrativa de amadurecimento.
Depois da temporada
Apesar das falhas, Fate: A Saga Winx consegue ser coesa e divertida. A proposta da série é justamente dar um ar mais adulto e menos colorido aos fãs da animação, que cresceram desde 2004, quando O Clube da Winx foi criado. É impossível não perceber a semelhança com O Mundo Sombrio de Sabrina, cuja adaptação da Netflix também transformou um programa infanto-juvenil em algo mais dark. No entanto, esperamos que as próximas temporadas de Winx não reproduzam os mesmos erros de Sabrina.
Revisão: Hugo Montaldi e Raquel Severini