Crítica Netflix| Barba, Cabelo & Bigode

Imagem/Netflix

Uma comédia que valoriza a diversidade sociocultural do subúrbio carioca.

Antes do filme

A comédia Barba, Cabelo & Bigode (2022) lançado pela Netflix chama atenção a princípio por ser uma produção com a maior parte do  elenco composta por atores e atrizes negros e negras, para citar alguns, Lucas Koka Penteado e Solange Couto, conta ainda com Juliana Alves, Serjão Loroza, com o rapper MV Bill, o comediante Yuri Marçal, além de Rodrigo França na direção que assume o posto de primeiro diretor negro a produzir conteúdo original para a Netflix Brasil

Durante o filme

O filme se passa no subúrbio carioca e busca retratar e exaltar os elementos culturais presentes nele. Richardsson (Lucas Koka Penteado) é um jovem que acaba de terminar o Ensino Médio e está inseguro quanto ao que fazer em diante, sua mãe Cristina (Solange Couto) pressiona o filho o tempo inteiro para cursar uma faculdade e depois entrar no serviço público, seguindo os passos do falecido pai Jura (Serjão Loroza). Mas o que Richardsson demonstra ter vontade de fazer desde o início é ajudar a mãe no salão, assim como seu pai fazia, desejo que aumenta quando a mãe é ameaçada a ser despejada do imóvel onde o empreendimento funciona devido a três meses de aluguel atrasado.

Barba, Cabelo & Bigode não apresenta um roteiro dos mais originais, como também não é o tipo de comédia que vai te fazer gargalhar e não parece ser a intenção. Não é o tipo de filme que apela para conseguir arrancar risada a todo custo, parece estar mais interessado em passar uma mensagem importante de forma divertida, que diz respeito à diversidade e representatividade.

O filme mostra como não só é possível conviver com as diferenças, mas que é fundamental entender que a pluralidade cultural, religiosa, de formas de se relacionar não precisam ser hierarquizadas. Que é possível conviver dentro dos mesmos espaços pessoas que cultuam religiões de matrizes africanas e evangélicos, que o amor pode ser vivido independentemente da idade e que é preciso olhar para nossas origens com respeito.

Embora a mensagem que o longa passa seja relevante, o filme peca em um excesso de didatismo ao querer explicar certos tipos de preconceitos, tratando de forma excessivamente séria, não que essas temáticas não mereçam ser abordadas com seriedade, mas se tratando de uma comédia esses assuntos poderiam ser introduzidos em tom mais cômico, o que poderia gerar um maior impacto no público.

Depois do filme

Barba, Cabelo & Bigode é uma produção histórica pelo que representa ter maioria de pessoas negras envolvidas em um projeto original da Netflix Brasil. E devido ao sucesso alcançado até aqui, chegando ao top 10 global de filmes de língua não inglesa, pode acabar inspirando mais produções desse tipo. 

Editado e revisado por: Hugo Montaldi

Imagem/Netflix

6

NOTA

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