Baseado em uma peça do ganhador do Nobel de Literatura, Samantha Schmütz estreia nova comédia nacional que poderia ser uma grande novidade, se não terminasse sendo mais do mesmo.

 O novo filme nacional de Samantha Schmütz baseado na peça de teatro do ganhador do prêmio nobel de literatura

 

ANTES DO FILME

O novo filme nacional de novo filme nacional de Samantha Schmütz, desta vez baseado na peça de teatro NÃO VAMOS PAGAR do autor italiano e ganhador do prêmio Nobel de literatura Dario Fo (1926-2016) conta a história de duas donas de casa que se envolvem em um protesto conta o aumento de preços de um mercado local e agora usam sua astúcia para enganar seus maridos e a polícia local.

Durante o filme

Estrelado por Samantha Schmütz (Vai que cola) e dirigido por João Fonseca, o filme mescla criticas sociais relevantes a sociedade brasileira atual, com um humor surreal típico europeu e pouco explorado no país, porem na tentativa de equilibrar ambos acaba se perdendo em suas críticas e tornando piadas que poderiam ser geniais em pequenas gargalhadas de canto de boca.

Além disso, Samantha Schmütz demonstra ter domínio de seu personagem o que é um ponto positivo dando suas falas de forma exagerada e carismática, como ela merece, todavia o mesmo não pode ser dito do núcleo de personagens do Mercado e dos policiais que a todo momento parece estar lendo suas falas, talvez destes núcleos o que menos parece ler é Fernando Caruso(zorra, Caverna do Caruso) o que faz questionar se foi uma decisão ou um equivoco do diretor João Fonseca

Outro ponto interessante é a fotografia do filme que é feito de forma genérica e sem emoção sem tentar emular uma peça de teatro ou mesmo criar algo novo, ou fazer algo diferente. Em um filme normal “jogar no seguro” talvez fosse uma atitude correta, mas em um filme com um roteiro tão exagerado quanto este, não usar a fotografia para complementar a cena torna-se fraco.

Porem o que o filme não tem em fotografia certamente tem em montagem, a edição do filme é feita de forma que se “sincroniza” com o tempo das piadas, fortalecendo as fracas e evidenciando as fortes que com a trilha sonora e musical torna uma experiência mais rica.

Pore fim não podemos não deixar de falar do roteiro, que por ser uma adaptação de uma obra de um ganhador do Nobel, torna a tarefa difícil e complicada, pois o roteirista tem de dar sua visão da obra sem distorcer e prejudicar a visão do autor original, além de criar uma grande cobrança pelo trabalho, cobrança esta que faz o autor do texto do filme decidir equivocadamente investir no talento de atriz e comediante Samantha Schmütz ao invés de privilegiar a forte crítica social que o filme possui, tornando a grande esperança do filme a não dentificação do público com as personagens, nichando uma obra que poderia dialogar com diferentes classes sociais a somente uma em específico.

Depois do filme

É triste ver uma obra com grande potencial ser desperdiçada assim, esse é aquele típico filme que uma pequena decisão bem tomada poderia mudar todo o rumo, possui bons atores, um bom material de origem, uma trilha sonora e musical que favorece a narrativa e uma montagem que enriquece a trama, porem a falta de vontade de arriscar torna ele “mais um filme de comédia nacional” como já diriam os haters do cinema Brasileiro. Talvez a equipe do filme poderia aproveitar essa moda por versões estendidas ou cortes do diretor para buscar uma evolução do produto final, pois é muito triste um filme como este se tornar só mais um.

7.2

NOTA

Compartilhe: