Sequência dos filmes X e Perl, MaXXXine chegou aos cinemas brasileiro essa semana. Veja a crítica aqui.

Encerrando a trilogia de terror do diretor americano Ti West e estrelado por Mia Goth, MaXXXine chegou aos cinemas brasileiros no ultimo dia 11. Dirigido por Ti West, o longa é sequência direta do primeiro filme da franquia e continuará a história da única sobrevivente do primeiro longa.

ANTES DO FILME

MaXXXine é sequência do primeiro filme da franquia,”X – A marca da morte”, já que “Pearl”, o segundo filme lançado, é um “prequel” do primeiro e continuará a história da única sobrevivente do longa.

O diretor Ti West segue novamente a história da jovem atriz, Maxine Minx, interpretada por Mia Goth, que é neta da atriz brasileira Maria Gladys. Um fato que virou meme e que é sabiamente aproveitado pelo marketing do filme no Brasil.

Os longas anteriores viralizaram entre os brasileiros nas redes sociais devido ao grau de parentesco de Mia com a atriz brasileira.

Com outros nomes consagrados no elenco, como Giancarlo Esposito, Kevin Bacon e Elizabeth Debicki, MaXXXine estreou nos cinemas nacionais no dia 11/07.

DURANTE O FILME

Ambientada na Hollywood dos anos 1980, a estrela de filmes adultos e aspirante a atriz Maxine parece ter conquistado a chance de fazer uma carreira nas telonas ao ser escolhida para o elenco do filme “A Puritana”, dirigido por Elizabeth Bender, interpretada por Elizabeth Debicki, a princesa Diana de The Crown. Em paralelo, o famoso assassino conhecido como Night Stalker ganha notoriedade na imprensa de Los Angeles.

Enquanto os assassinatos acontecem, Maxine começa a ser importunada pelo detetive particular John Labat, interpretado por Kevin Bacon. Ele diz ter ciência das fitas de gravação que foram perdidas na fazenda de Pearl e que foi contratado por um cliente misterioso para segui-la. Após sucessivos encontros, Maxine, irritada, o agride brutalmente, tornando a questão pessoal para John.

Quando as mortes de jovens atrizes e de pessoas próximas a Maxine começam a acontecer, ela passa a ser investigada também por dois detetives da polícia de Los Angeles.

Com esses problemas atrapalhando seu primeiro trabalho como atriz, Maxine é aconselhada pela diretora Elizabeth Bender a resolver essas questões o quanto antes. E assim ela faz: arma uma emboscada para John junto a seu agente, interpretado por Giancarlo Esposito, para capturá-lo. Matando o detetive esmagado junto a seu carro em uma compactadora de veículos, falta apenas se livrar do misterioso assassino que a persegue.

DEPOIS DO FILME

Levando em consideração os dois filmes anteriores dessa franquia, MaXXXine é um filme muito menos sólido do que os outros dois. Com um orçamento mais robusto, o longa é uma verdadeira decepção em termos de evolução da franquia.

Apesar de pessoalmente eu ter gostado muito do filme, eu entendo as razões para isso e não fecho os olhos para os problemas dele. Algumas das escolhas para o filme me parecem muito equivocadas e outras parecem apressadas demais se comparadas com outros momentos dentro do próprio filme.

O maior problema do filme, talvez, seja o final. Ao descobrirmos a identidade e motivações do assassino misterioso, não sentimos impacto e a revelação é deveras “broxante”. Simon Crast interpreta o pai de Maxine, um religioso extremista que tem o objetivo de tirar a filha das telas, já que o mesmo considera Hollywood uma seita que coopta jovens para a perversão. Inclusive, podemos ver em outras cenas protestos de conservadores para parar as gravações do longa que Maxine foi escalada.

Outro problema é a falta de desenvolvimento dos novos personagens, fora Kevin Bacon, que tem uma presença de tela incrível e seu personagem é uma das melhores coisas do filme. O agente interpretado por Giancarlo Esposito e a diretora interpretada por Elizabeth Debicki são personagens interessantes, mas que têm pouquíssimo desenvolvimento. Todos que passam pelo caminho de Maxine servem apenas para levar a atriz até o fraco final.

Apesar de todos os problemas, a figura de Maxine é suficiente para nos mantermos engajados na história que Ti West tem para nos contar. Mais do que nunca, a atriz assume uma personalidade “fodona” e protagoniza cenas angustiantes e memoráveis. Mia Goth, mais uma vez em uma ótima atuação, se estabelece como uma das atrizes mais notórias do cinema de horror contemporâneo.

Na ambientação da Hollywood dos anos 80 também é notável o esmero da produção. A edição também traz muitos dos elementos do que os filmes da época traziam, edição essa que também é de Ti West.

O longa se ancora muito em referências. Em uma cena, a diretora de “A Puritana 2” leva Maxine até o set de filmagens do filme “Psicose”, de Alfred Hitchcock, onde podemos ver o “Bates Motel”, local onde a trama do longa dos anos 70 se desenrola. Em outro momento, podemos ver que os acontecimentos do filme “X” foram noticiados num jornal impresso como “the Texas porn star massacre”, referência direta ao clássico do horror de 74, “O massacre da serra elétrica”. Para os fãs de terror trash, o filme é um prato cheio.

Dito tudo isso, MaXXXine é um filme inferior aos dois primeiros e que deixa um sabor amargo na boca dos fãs da franquia. Antes, Ti West tinha a ideia de que o longa encerrasse uma trilogia, mas já afirmou que possui conteúdo para mais filmes. A ver os rendimentos de bilheteria e público, mas se depender de mim, veremos a atriz de sangue brasileiro mais vezes em meio a banhos de sangue.

6.5

NOTA

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