Crítica I Bad Boys Para Sempre….Ou até quando Will Smith quiser

Respeitando os originais e sugerindo novas propostas, "Bad Boys Para Sempre" consegue se uma sequência digna e reviver a franquia.

Antes do Filme

Depois de 17 anos após o lançamento de “Bad Boys II”, Will Smith e Martin Lawrence retornam para as telonas para a franquia mais famosa de suas carreiras. Voltando aos papéis de Mike Lowery e Marcus Burnett, respectivamente, “Bad Boys Para Sempre” é a nova etapa da franquia, que já tem sequência confirmada.

Trama e Roteiro

Diferente de seus antecessores, Michael Bay abandonou a direção da franquia por conta de seu contrato com a Netflix para o filme “Esquadrão 6”, passando o bastão para os diretores belgas Adil El Arbi e Bilall Fallah. O filme já começa com um dos elementos indispensáveis de Bad Boys, com Mike dirigindo loucamente em alta velocidade pela cidade, assim como vemos em Bad Boys I e II. O motivo de tal pressa é o nascimento do neto de Marcus, que novamente, quer se aposentar. 

Mike continua com seu estilo de vida garanhão, sedutor e descolado, porém sente que a idade está chegando. Ele recusa a aceitar a ideia de que a vida passa e ele não está mais no auge de sua juventude, enquanto Marcus tenta convencer o parceiro de que está na hora de pendurar os distintivos. Entretanto, após um atentado de um cartel mexicano contra Mike o em coma durante 3 meses, a dupla acaba tendo que se unir novamente, junto ao núcleo dos personagens da nova geração, para deter a ameaça da matriarca do crime Isabel Aretas, que tem ligações com o passado de Mike e busca vingança.

Personagens e Atuações

Enquanto “Bad Boys II” focava em uma jornada na vida pessoal de Marcus, “Bad Boys Para Sempre” inverte os papéis e dá maior destaque para Mike. Provavelmente o sucesso de Will Smith ao longo dos anos após o último Bad Boys e a vida transtornada de Martin Lawrence influenciaram nessa decisão, além claro, de ser um ponto a se explorar para evitar a repetição de ideias em um gênero que já está mais do que saturado. Descobrimos mais sobre o passado de Mike, a natureza de seus trejeitos e os motivos de suas decisões imprudentes e seu estilo de vida oneroso.

Já no núcleo de Marcus, que é um tanto quanto deixado de lado neste filme, vemos que o sonho dele finalmente se realiza e ele consegue se aposentar. O velho ex-policial passa seus dias em casa relaxando e enfrentando um processo de jornada espiritual para evitar toda a violência que causou em toda sua carreira e que acerca sua vida. Mesmo que fosse usado como alívio cômico nos filmes anteriores, Marcus está ainda mais cômico neste filme, beirando quase um policial de filmes besteirol que não enxerga dois palmos a frente (isto é um fato). Isso peca um pouco no filme, pois em momentos de extremo perigo, como durante um tiroteio em uma perseguição de alta velocidade, onde Marcus fica fazendo piadas e protestanto contra atitudes violentas. Tal atitude nos fazem questionar se o roteirista de fato considerou o fato de Marcus ser um ex-policial consagrado e experiente que acabou de ter um neto, com o qual imagino que queria passar bastante tempo, antes de o colocar em uma situação de vida ou morte ele faz piada ao invés de se defender.

A trama também introduz o núcleo da AMMO, onde vemos um esquadrão de elite da divisão da Polícia de Miami, que conta com Vanessa Hudgens, Alexander Ludwig, Charles Melton e Paola Núñez.

Diferente de “Os Mercenários 3”, onde vemos a equipe veterana renegando os talentos dos calouros e passando uma ideia de que “panela velha é que faz comida boa”, “Bad Boys Para Sempre” abraça a equipe nova, mostrando comos ambas as gerações podem trabalhar em conjuntos apesar de terem concepções diferentes de como lidar com situações extraordinárias. Apesar de não muito destacado no filme, é hilário ver Marcus lidando com a tecnologia avançada da AMMO, enquanto Mike tenta se reafirmar sempre como o líder do grupo.

Depois dos Créditos

No mais, apesar dos que vos escreve preferir “Bad Boys II” como o melhor da franquia, “Bad Boys Para Sempre” consegue se reinventar sem perder sua essência, conseguindo se adaptar a um mundo que mudou muito desde 2003 e trazendo novos horizontes para a franquia. E claro, é sempre muito divertido assistir Will Smith e Martin Lawrence reinterpretando os personagens de início de carreira após anos e anos de experiência em seu currículo.

Confira também!:

8

NOTA

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