Crítica | Goblin Slayer: Goblin’s Crown: Um Exaustivo Retorno

Apesar de muito esperado e passando a sensação de ser um filme grandioso pelos trailers, o primeiro filme de Goblin Slayer é mais um episódio especial do que um filme.

Antes do Filme

Lançado em 2018, o anime “Goblin Slayer” foi um grande sucesso e repercutiu bastante devido a sua estrutura parecida com um RPG, e também com as polêmicas acerca do estupro como recurso narrativo para demonstrar como os goblins são perversos e malignos. O anime teve uma boa aceitação e uma promessa de uma segunda temporada, porém não tivemos mais notícias. Até que foi anunciado o filme “Goblin Slayer: Goblin’s Crown“, que estreou no Japão no dia 1° de Fevereiro de 2020.

Enredo, Trama e Personagens

Sinopse: O Matador de Goblins mais uma vez recebe uma missão diretamente da Donzela da Espada. Nesta missão, eles precisarão encontrar uma filha de nobres que resolveu se tornar aventureira e partiu para matar uns goblins. (fonte: Crunchyroll)

No filme, começamos com um exaustivo e desnecessariamente grande resumo de 25 minutos de tudo que aconteceu na primeira temporada do anime. Apesar de ser interessante relembrar aos espectadores o que aconteceu após 2 anos sem Goblin Slayer, o recurso poderia facilmente ter sido feito em 5 minutos. Logo, da duração total de 1 hora e 25 minutos, apenas 60 minutos são de fato conteúdo inédito.

Dirigido por Takaharu Ozaki (Goblin Slayer, Girls’ Last Tour) e roteirizado por Hideyuki Kurata (Drifters, Made in Abyss), vemos um grupo de aventureiros em uma região fria, montanhosa e com nevascas intensas,eliminando goblins locais, até o momento em que a missão fracassa e a filha de nobres que estava nesse grupo acaba sendo sequestrada, violada e feita refém de goblins. Então, o Matador de Goblins é contratado para salvar ela e eliminar os goblins.

O filme explora em alguns momentos a questão do curto tempo de vida dos humanos quando comparados a anões, elfos e outras raças, porém acaba esquecendo isso no meio do caminho. Na realidade, poucos aspectos de fato são profundamente explorados no roteiro, incluindo o ponto principal da narrativa, que é o fato dos goblins estarem se adaptando e aprendendo com mais facilidade. Apesar de explorado no anime, o filme bate na tecla algumas vezes, e parece mais querer assentar um terreno para o futuro do que explorar essa condição propriamente no filme.

Além disso, também vemos que a aventureira resgatada se junta ao grupo por vingança aos goblins, pois após ser estuprada, também foi amarrada em um altar e marcada com a runa de um deus, e parece ter alguma relação com as lendas de que os goblins vieram da Lua. Porém, novamente é algo que o filme apenas aborda e não desenvolve, sendo apenas uma preparação para o que podemos ter como arco principal na 2° temporada.

Após as já esperadas estratégias características de combate aos goblins que o Matador de Goblins desenvolveu, um dos pontos mais interessantes do anime na minha opinião, vemos o clímax do filme. O grupo começa um combate contra uma fortaleza entupida de goblins, e no final o Matador luta contra o Goblin Paladino, que é algo novo nesse universo. Poderia dizer que o filme se destacaria no anime neste ponto, porém não vemos nada novo.

Apesar da animação estar levemente acima do nível do anime, que já era muito boa, ela não inova tanto assim. As lutas e estratégias não são nada brilhantes também, os ângulos de combate, golpes e conceitos não se diferenciaram em nada do vimos na primeira temporada, o que reforça o ponto do filme “não ter cara de filme”, e sim ter uma vibe de “especial” ou então episódio extendido. O mesmo vale para a trilha sonora com rock pesado.

Depois do filme

Por fim, a verdade é que o filme tem mais um clima de episódio especial extendido, como foi o caso de “Violet Evergarden Gaiden: Eternidade e a Boneca de Automemórias“, e ao mesmo tempo que serve como um bom aquecimento para uma segunda temporada ainda não anunciada, e para relembrar sua existência, falha em corresponder o hype que o filme construiu ao ser anunciado e falha até mesmo em passar a sensação de ser um filme grandioso para o anime. Contudo, para os fãs da obra e do universo, assim como eu, é bom ver o retorno do anime. Nada acima da média.

Correção e Revisão: Hugo Montaldi e Raquel Severini

7

NOTA

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