Crítica | Como Treinar o Seu Dragão (Live-Action)

Uma das animações mais queridas está de volta como live-action para contar a história de amizade do viking e do dragão

ANTES DO FILME

O live-action de uma das animações mais aclamadas e queridas de todos os tempos está chegando aos cinemas. Produzida pela DreamWorks, Banguela e Soluço estão de volta em Como Treinar o Seu Dragão. O longa conta com a direção de Dean DeBlois, o mesmo responsável pela trilogia animada original, o que pode garantir um alto nível de fidelidade ao projeto. As gravações ocorreram em um período de 85 dias, com locações em Los Angeles e na Irlanda do Norte.

A trama acompanha o jovem e atrapalhado Soluço no isolado vilarejo de Berk. O franzino viking é motivo de chacota, pelo motivo de não ser forte e astuto o suficiente para enfrentar o maior desafio dos moradores locais: os dragões. O longa ainda conta em seu elenco com Mason Thames (O Telefone Preto), Gerard Butler (300) e Nico Parker (The Last of Us) compondo os principais personagens da obra.

DURANTE O FILME

A história começa com um ataque de dragões a Berk em busca de comida, e Soluço, em sua ânsia de ajudar, acaba atrapalhando a todos. Decepcionado com as atitudes do filho, seu pai o deixa de lado e parte para buscar o ninho dos dragões. Mesmo desacreditado de seu potencial, o jovem viking parte em busca de um Fúria da Noite, um dos tipos mais raros e perigosos, que ele acredita ter derrubado. No momento que Soluço encontra seu alvo, ele é incapaz de finalizar seu objetivo.

Após os eventos iniciais, Soluço se aproxima do dragão que até então era seu alvo e desenvolve uma amizade peculiar e até o batiza como Banguela. Soluço o ajuda a voar novamente, e ambos criam um laço único. Paralelo ao desenvolvimento desta amizade, acompanhamos as tentativas frustradas de Stoick, líder da vila e pai de Soluço, para encontrar o ninho das criaturas.

No desenrolar da trama, a amizade de ambos é descoberta, após o último desafio do treinamento de Soluço para matar dragões. E um ousado plano é traçado para acabar de uma vez por todas com as ameaças. Após a batalha final, Banguela e Soluço estão mais próximos do que nunca e a coexistência é possível em Berk.

 APÓS O FILME

O live-action de Como Treinar o Seu Dragão me agradou, muito por conta de não tentar alterar demais a história da obra original. A trama base da animação de 2010 continua presente, e a adaptação acerta em diversos momentos. Um dos principais méritos é a manutenção do mesmo diretor da animação, Dean DeBlois que também assina o roteiro.

O longa conta com um visual espetacular, assim como o original, graças a Bill Pope, diretor de fotografia. Os efeitos especiais também são um grande destaque: os cenários de Berk estão incríveis e encantadores e o vilão princiapel recebeu uma melhora bem-vinda. E a cereja do bolo dos efeitos fica para Banguela, criado com extremo cuidado e realismo, a ponto de realmente parecer uma criatura viva.  

Nas atuações, gostaria de destacar Soluço (Mason Thames) que foi capaz de agregar sua interpretação todos os jeitos atrapalhados do original, uma atuação segura e cativante, porém sem muitas adições. Um dos personagens que mais aproveitou a mudança para o live-action foi o Stoick (Gerard Butler). A interpretação carregada do ator conferiu ao líder viking um tom muito mais sombrio e imponente, quando comparado a performance na animação.

Assim como no filme de 2010, algumas questões me chamaram a atenção como pontos baixos. A principal delas, em minha opinião, é a personagem Astrid (Nico Parker), que parece pouco conectada à trama. Mesmo com a boa interpretação de Nico Parker e a adição de novas camadas, sua real função na história ainda não me convenceu. Uma mudança específica me incomodou: o diálogo entre ela e Soluço antes da prova final perdeu o impacto emocional para mim, quando comparado ao da animação.

Um dos maiores medos de assistir a um live-action é a preocupação com a lealdade a obra original, felizmente esse medo não se concretizou. O longa é fiel, faz boas adaptações e até aprofunda alguns elementos da narrativa. É uma obra que respeita sua origem e entrega emoção. Se você é fã e lembra com carinho desta história que começou em 2010, com certeza vale seu ingresso.

8.5

NOTA

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