Crítica | Capitão América: Admirável Mundo Novo

Seria esse um filme do capitão américa ou do hulk?

Antes do Filme

A Marvel traz de volta às telonas um de seus heróis mais emblemáticos, mas desta vez não temos Steve Rogers (Chris Evans) como protagonista, mas sim Sam Wilson (Anthony Mackie) como novo Capitão América. O elenco também conta com Giancarlo Esposito e Harrison Ford, que entrou no projeto após a trágica morte de William Hurt para assumir o papel do implacável General Thaddeus ‘Thunderbolt’ Ross. O longa ainda conta com a direção de Julius Onah (Paradoxo Cloverfield).

Na trama acompanhamos Sam Wilson com suas novas obrigações agora como Capitão América, após os eventos do seriado Falcão e Soldado Invernal. Agora, Wilson é subordinado do presidente dos Estados Unidos recém eleito, Ross. As divergências de ideais de ambos os personagens ficam ainda mais evidentes quando um esquema de conspiração vem à tona, ocasionando na revelação de segredos obscuros. O filme passou por diversas regravações ao longo de seu processo de desenvolvimento.

Durante o Filme

Nos momentos iniciais do longa, acompanhamos Sam buscando desarticular um plano de tráfico de materiais sensíveis junto seu novo parceiro Falcão (Danny Ramirez). Após a missão, a dupla vai ao encontro de um velho amigo, que se mostra extremamente magoado com o tratamento que recebeu de seu país após anos de serviços prestados. Mesmo sendo eleito presidente, Ross ainda carrega seu passado como “caçador de Hulk”, e luta para mudar a visão das pessoas iniciando os tramites do tratado de Sokovia, além de lutar para reconquistar sua filha Betty.

Após um atentado na Casa Branca, Ross coloca sob custódia um aliado de Sam, que inicia uma investigação para encontrar o verdadeiro culpado. Ao sobreviver a uma emboscada, Sam vai em busca de uma pista em um campo de pesquisa militar e acaba descobrindo grandes segredos escondidos pelo até então general Ross e que um velho conhecido está por trás de todos os crimes.

Na parte final do longa, percebemos que os planos do vilão eram bem mais complexos do que Capitão América e Falcão poderiam imaginar. Com isso, eles terão que enfrentar seus próprios aliados para salvar uma guerra iminente as margens do celestial congelado que possuí um recurso valioso para qualquer país que o possuir. Em um último ato, Sam terá que enfrentar aquele que prometeu deixar seu passado para trás e acaba se tornando aquilo que causou os maiores danos a sua carreira profissional.

Após o Filme

Após sair da sessão fiquei com a clara sensação de que assisti a um filme mais voltado para o universo do Hulk do que o próprio mundo do Capitão América, que expande os eventos ocorridos no filme Incrível Hulk (2008). Os pontos positivos do longa estão, em grande parte, nas atuações do núcleo principal. Anthony Mackie se esforça para entregar um Capitão América digno do legado de Chris Evans, mas o roteiro não colabora tanto para sua performance. Harrison Ford dispensa comentários com novamente uma presença em tela impactante, onde seu personagem tem importância fundamental na trama com um arco de desenvolvimento satisfatório ao final do longa. Como uma das gratas surpresas do filme, temos o novo Falcão de Danny Ramirez que funciona bem como alívio cômico da trama e sua parceira com Sam ao decorrer do longa é cativante como novo discípulo do Capitão América.

Os pontos negativos foram mais presentes no longa ao meu ver, começando com um roteiro confuso sobre qual rumo seguir durante a trama, misturando temas de espionagem, tramas políticos e heroísmo, sem um rumo claro a seguir. Esses pontos no roteiro acarretaram em uma história rasa e em certos pontos monótona, com combates poucos inspirados e coreografados e poucos momentos empolgaram de fato ao decorrer do longa. A escolha por dar importância demais aos eventos do filme do Hulk de 2008 também foi uma questão negativa na minha opinião, por conta de o título do filme ser Capitão América e ocorrer pouca expansão da construção do novo legado de Sam Wilson com o escudo. A abordagem do celestial congelado no mar que era até então esquecido pelos filmes do estúdio foi satisfatória, mas sua trama foi ofuscada pelo vilão, reaproveitado do filme do Hulk, com um poder refém das conveniências do roteiro para que a história de desenvolva. Também se destacam como pontos negativos os efeitos visuais na grande maioria das cenas e o pouco potencial aproveitado do Hulk Vermelho que seria a cartada final do longa.

Em resumo, Capitão América Admirável Mundo Novo não é tão admirável assim e funciona bem como filme do Hulk. Apesar dos esforços do elenco em tentar extrair o máximo do roteiro, a história não foi ao nível de seus personagens, e em alguns momentos pode até ser divertido, mas no saldo final não passa de mais um filme de cunho genérico da Marvel.

5

NOTA

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