Crítica | Atentado ao Hotel Taj Mahal

Filme conta uma história real, de forma tensa e emocionante

Antes do Filme

Em 26 de novembro de 2008 um grupo terrorista islâmico, executou um ataque coordenado em 12 pontos da cidade de Mumbai, considerada a capital financeira do país. Pouco tempo depois, em 2013, foi lançado um documentário contando as histórias de humanidade, heroísmo e tragédia que ocorreram nesse dia.

Agora em  2019, chega aos cinemas uma obra de ficção, narrando os acontecimentos trágicos, que tiveram lugar em um dos pontos mais famosos desse atentado, o luxuoso hotel Taj Mahal. Como a maioria das obras baseadas em fatos, principalmente histórias trágicas, existe um certo receio, de que a necessidade de contar uma história envolvente para o grande público torne a obra distante dos eventos que a inspiram. Felizmente, não é esse o caso.

Personagens e Atuações

O filme apresenta um número bem grande de personagens importantes, chegando a tornar difícil apontar um protagonista. O personagem que mais se aproxima desse papel é o garçom Arjun (Dev Patel), já que acompanhamos toda sua jornada, do momento em que sai de casa para trabalhar até a sua volta depois dos trágicos eventos.

Contudo, apesar do tempo de tela dedicado a Arjun, ainda é difícil aponta-lo como protagonista, pois grande parte do filme também é dedicada a um casal ás vésperas do matrimônio, um casal de turistas americanos, um empresário russo, o chefe da cozinha, o gerente do hotel e, até mesmo os terroristas ganham o foco da trama.

Todos esses personagens encontram-se em uma situação limite. É necessário que os atores consigam transparecer, suas emoções, de forma realista e convincente, para que o público possa sentir toda a tensão e o horror pelo qual essas pessoas passaram. Felizmente os o elenco, em sua maior parte, faz um trabalho muito bom.

Trama e Narrativa

Por ser baseado em uma história real espera-se um toque de realismo por parte do filme. Realismo esse que, não só é devidamente entregue, como contribui para a construção dramática da obra. Há uma sensação real de que qualquer um dos personagens pode morrer a qualquer momento.

Desde o começo do filme, personagens importantes e secundários, carismáticos e desagradáveis, são vítimas dos terroristas. Isso eleva o clima de tensão, pois não sabemos se os personagens, que o filme nos faz simpatizar  terminarão o dia com vida.

Além disso, há um grande foco na humanidade dos personagens, como um todo. Seja nos funcionários que se recusaram a fugir, e arriscaram suas vidas pela segurança dos hóspedes, ou na forma como muitos desses hóspedes  lutaram por suas vidas, ou até mesmo na humanidade dos homens que executaram tal atentado.

Isso é mais um dos exemplos do apego da obra ao realismo, uma vez que os terroristas são mais do que simplez vilões unidimensionais. Entendemos suas motivações, seus dilemas, suas nuances, somos lembrados que esses terroristas são jovens, nascidos na pobreza, revoltados com o sistema, facilmente manipulados por líderes extremistas, que os usam apenas como ferramentas. E quando, finalmente, vemos seu desfecho, há uma certa tristeza na morte desses homens.

Depois dos Créditos

No fim, Atentado ao Hotel Taj Mahal, é um filme tenso e emocionante. Que levanta questões interessantíssimas sobre humanidade, empatia, preconceito, religião, e muito mais. Uma obra difícil de assistir devido ao conteúdo trágico e violento. Porém extremamente necessário para que possamos entender como o terrorismo, a guerra, e a intolerância religiosa afetam a todos. Um excelente filme para se refletir.

 

Escrito por: Gabriel Freire Gomes

8

NOTA

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