Um amor, se é finito, é verdadeiro?

Antes do Filme

Amores Verdadeiros é a adaptação do livro da querida autora Taylor Jenkins Reid, que também ficou conhecida principalmente pelas suas obras de sucesso anteriores, como Daisy Jones & The Six (série disponível no Prime Video), e do aclamado Os Sete Maridos de Evelyn Hugo.

Será que é possível amar duas pessoas em dado momento da vida? Essa é a pergunta primordial que o filme faz ao seu telespectador. A ideia de termos mais de um amor verdadeiro não agrada à maioria das pessoas, e a concepção de amor finito nunca foi muito bem aceita, pois se é finito, é verdadeiro?

Durante o Filme

Emma (Phillipa Soo) sempre soube que Jesse (Luke Bracey) era o amor de sua vida. Namorados desde a adolescência, Emma e Jesse eram o casal que poderíamos chamar de “par perfeito”. Inseparáveis, os dois decidem construir uma vida juntos, até que, em um trágico acidente de helicóptero, Jesse é dado como morto. A partir desse momento, com uma grande perda em sua vida, Emma tenta encontrar formas de superar o insuperável. Como é possível superar o que sabemos que é o amor de nossas vidas?

Com o passar do tempo, Emma tenta, aos poucos, se reconstituir e, em determinado período, ela reencontra seu amigo de infância, Sam (Simu Liu), que nutria uma paixão secreta por ela desde pequeno. Anos mais tarde, Emma encontra em Sam um novo começo, vê uma nova chance de amar, e em seu jantar de noivado, ela recebe uma ligação inesperada. Jesse, seu antigo amor, na verdade está vivo e irá retornar, trazendo dilemas e perguntas para a vida de Emma.

A história a partir daqui é contada simultaneamente entre passado e presente, dando ao telespectador momentos de interação entre Sam e Emma e, no passado, como Jesse e Emma se conheceram e chegaram onde estão atualmente. Amores Verdadeiros consegue gerar uma certa ansiedade no público. Não que isso seja totalmente ruim, pois não é, visto que esse suspense consegue alimentar a curiosidade de quem está assistindo. Afinal, não há um vilão nessa história. Chega até a ser cômico em determinado momento do filme, quando Sam (Simu Liu) se questiona se ele não seria o verdadeiro vilão dessa história, pois seria ele quem estaria atrapalhando o “felizes para sempre” de Emma e Jesse. Se eu, como telespectadora e leitora da obra, tivesse que escolher um vilão, diria que seria a própria vida e suas mudanças abruptas como se fossem humor. Humor esse que é muito bem equilibrado e explorado por Simu Liu. Para mim, ele conseguiu pegar toda a essência do personagem, transmitir o desespero e o que de fato estava em jogo quando Jesse retorna para a vida de Emma. O que ajuda a fundamentar isso é a relação intrínseca com seus alunos. A dinâmica entre eles era leve e divertida, fazendo com que um tema até então pesado na história fosse explorado de maneira diferente e, ao mesmo tempo, sincera.

O roteiro consegue contextualizar cada uma das realidades que serão apresentadas, juntamente com a personalidade e vida de cada personagem, com um antes e um depois, fazendo com que o filme se torne algo muito congruente. Por outro lado, o filme não me pareceu ser algo contínuo. Incomodou-me em vários momentos onde acontecem as passagens de tempo, havendo certos “cortes” (fade-out/fade-in), desencadeando, consequentemente, uma trama sem ritmo.

Outro ponto que é válido ressaltar é a atuação de Phillipa Soo, que infelizmente não me agradou muito. Como protagonista, a atriz não conseguiu transmitir momentos de autenticidade. Suas feições não mudaram em nada ao longo da história, fazendo com que a diferença de humor não acontecesse. Faltou desenvolvimento na protagonista, e é inexistente a profundidade que Emma tem no filme em comparação ao livro.

Depois do Filme

Amores Verdadeiros é um filme leve e divertido, que consegue trazer reflexões para o público e arrancar boas risadas em determinados momentos. No geral, é um filme bom. Recomendo para pessoas facilmente conquistadas por comédias românticas.


7.0

NOTA

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