Belo, porém esquecível.

Antes do Filme

A Disney vem gerando uma certa controvérsia envolvendo as adaptações em live-action de suas animações. Parte dos críticos vê essas adaptações como cópias redundantes das animações originais, com o único intuito de capitalizar na nostalgia do público. Enquanto outros vêem as adaptações como reimaginações divertidas de animações clássicas.

Por isso, as expectativas para Aladdin, eram diversas. Muitos esperavam que o filme trouxesse elementos novos, sem fugir das temáticas e história do original. Esperava-se uma trama nova, músicas novas, mas uma essência clássica. E havia muito espaço, e potencial para isso.

Personagens e Atuações

Aladdin nos apresenta um núcleo de personagens centrais bem interessante. Temos o protagonista, que dá nome ao filme, um jovem ladão que vive sozinho nas ruas de Agrabah, e que apesar de seus atos, possui um coração de ouro. Seu interesse amoroso, a jovem Jasmine( Naomi Scott), princesa, filha do sultão, que vive uma vida restrita no palácio, e sonha conhecer o mundo e futuramente tomar o lugar de seu pai como governante de Agrabah. Além do vilão Jafar(Marwan Kenzari), o vizir do sultão, que deseja usurpar o trono. E o Gênio da Lâmpada(Will Smith), um ser dotado de grandes poderes, porém condenado a servir os desejos de seu amo.

Todos personagens vindos da animação, com motivações e personalidades bem semelhantes as de suas contrapartes animadas. E aqui temos um dos maiores problemas, no filme como um todo. Os atores fazem, em sua maioria, um trabalho competente, porém pobre, se comparado ao original. As emoções não parecem tão genuínas, principalmente nos números musicais, que é onde a maior parte da caracterização, e construção dos personagens é feita.

Além disso alguns personagens, como é exemplo de Jafar, são muito negligenciados pela trama. Falta tempo de tela, e empenho na caracterização do personagem. Tornando, para os que só o conhecem pelo filme live-action, em um vilão genérico, desinteressante e sem personalidade.

O únicos momentos genuínos do filme, ironicamente, acontecem quando ele se distancia do original, e tenta seguir seu próprio caminho. Aqui há mais naturalidade por parte dos atores, e o diretor Guy Ritchie parece ter mais liberdade para imprimir sua visão na tela. Gerando resultados muito positivos, como risadas genuínas da platéia em momentos cômicos, e emoções verdadeiras em momentos mais sérios. Infelizmente esses momentos são muito curtos, e logo eclipsados pela necessidade da obra de emular o original.

Trama e Roteiro

A narrativa da obra sofre do mesmo problema, citado anteriormente. Há uma tentativa de emular o original, mas com as limitação que não existem em uma animação. Assim temos as mesmas sequencias da animação, porém executadas de uma forma menos interessante.

A estrutura básica é a mesma, Jafar deseja roubar a lâmpada mágica, para usar seu poder para subir ao trono. Para isso ele precisa de alguém de muito valor interior. É aí que entra Aladdin(Mena Massoud) o jovem ladrão com o coração de ouro, que acaba ficando com a lâmpada e usando o poder do Gênio para conquistar o coração da princesa.

Infelizmente, apesar do maior tempo de tela, em comparação ao original, o filme parece apressado. Introduções a personagens e locais são cortados, ou contados de forma tão simples, que parece que os autores supõe que você já assistiu ao original, e não precisa de tantas explicações. Tornando o resultado final decepcionante, em relação a seu potencial.

Se há um quesito em que o filme deve ser elogiado, são nos aspectos técnicos. As locações e os figurinos são todos muito coloridos e inventivos, tornam a obra algo realmente bonito de se admirar. O mesmo pode ser dito das coreografias, e dos números musicais, sempre muito enérgicos e divertidos, tornando o filme bem mais divertido.

Depois dos Créditos

No final, Aladdin é um filme visualmente muito bonito, e bastante fiel à obra em que se inspira. Infelizmente tal fidelidade torna a obra apenas uma sombra de algo melhor executado, limando-a de seu potencial de ser algo bom por seus próprios méritos. O resultado é uma obra bela, porém esquecível. 

           

     

6

NOTA

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