Crítica | Ainbo: A guerreira da Amazônia

IMAGEM RETIRADA DO SITE IMDB

Bons elementos, não tão bem combinados

Tratando de mitos indígenas e se passando na floresta amazônica, Ainbo: A menina da Amazônia chega com muitas expectativas. O filme de aventura infantil é uma animação peruana dirigida por Richard Claus e distribuída no Brasil pela Paris Filmes

O filme conta a história de uma jovem doce e determinada que após descobrir que sua aldeia está ameaçada, se une aos seus guias espirituais Dillo e Vaca (um tatu e uma anta) para proteger seu povo. 

Durante o filme: 

Com a aldeia de Candamo ameaçada, alguém precisa agir em defesa do povo. Porém, ninguém acredita que uma menina nova e inexperiente possa ser essa pessoa. Ainda mais quando ela começa a dizer que seus companheiros nessa missão são seus guias espirituais. Sem a confiança das pessoas mais queridas e do restante da aldeia, Ainbo precisa encontrar sozinha uma forma de ajudá-los. 

A história, em si, é muito boa, mas como é contada; deixa a desejar. É preciso um tempo para que quem assiste se conecte com a Ainbo. Embora a ideia do filme seja justamente apresentar uma personagem perdida, com os pais mortos e uma personalidade aventureira. O início é meio solto e não ajuda muito a  conhecer de fato quem é a Ainbo. 

O meio do filme também não é dos mais animados, já que em vez da aventura, é mais focado nos conflitos de Ainbo com sua amiga que é líder da aldeia. Amiga essa que faz o espectador morrer de raiva, já que não aceita bem os grandes planos da guerreira. A protagonista demora um pouco a agir, o que também incomoda, mas quando ela sai de vez da aldeia, o filme melhora bastante. 

É preciso dizer que as técnicas visuais do filme são incríveis. Cada detalhe da arte, criada por computação gráfica, é impressionante e esteticamente lindo. As cores usadas, as formas dos personagens e da floresta amazônica são espetaculares. É um filme rico visualmente, com cores vivas, diversos animais, incluindo os guias espirituais, água e céu azul. 

O ritmo do filme no fim é muito bom, ele acaba cativando da metade para o fim. Quando ela começa a jornada em busca da Motelo Mama, um espírito protetor materno da floresta amazônica, representado por uma tartaruga-gigante.

Enquanto isso acontece, estrangeiros mal intencionados invadem a floresta, o que rende muitas possibilidades de tratar de temas importantes. Isso é esperado, mas não acontece. O filme acaba usando uma desculpa para a invasão dos homens brancos na floresta, assim como para exploração dos recursos da floresta. Por fim, acaba com uma mensagem clichê. Essa realmente é a parte que mais incomoda. 

Depois do filme: 

Ainbo: A menina da Amazônia se destaca nos temas, é bastante original, mas peca na falta de ousadia ao abordá-los, o que torna uma história que poderia ser única e inovadora, em um simples clichê com todos  os elementos soltos para fazer uma história de impacto. Ainda assim é um filme que rende discussões e é esteticamente lindo. 

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6

NOTA

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