Antes da série
Baseada em fatos reais e seguindo os desdobramentos de uma Revolução Russa,”A Lenda de Lady Ferrari” tem tudo para ser uma grande obra de espionagem e intrigas, se não se perdesse nos clichês do gênero e apresentasse atuações pobres e um roteiro fraco.
Durante a série
Quando falamos de produções russas, as expectativas sempre são altas, principalmente quando vindas de um país que mudou a forma como o cinema pensava. “O Homem e sua Câmera” de Vertov (1929) definiu técnicas de narrativa documentárias que são amplamente utilizadas por jornalistas e cineastas até os dias de hoje. “Encouraçado Potemkin” (1925) definiu conceitos de edição e manipulação de imagens usados por editores de vídeo até os dias atuais, seja na televisão ou no cinema. Sem falar do riquíssimo teatro russo que formou atores e técnicas de atuação que se tornaram referência internacional.
Porém, em “A Lenda de Lady Ferrari”, a produção preferiu trocar toda a riqueza proveniente de anos de estudo e trabalho russo e substituir por uma tentativa de emulação do cinema e da narrativa norte-americana, criando assim uma série sem emoção. Com diálogos bobos e tentativas cômicas frustrantes, o único ponto alto são os figurinos e a riqueza que o momento histórico em que a série se baseia pode fornecer.
Depois da trama
Para os fãs de moda, e mesmo de história, a série pode ser uma boa pedida, afinal ela busca recriar o momento a qual está se baseando. Para os fãs de cinema e produções russas, pode ser um desagrado, principalmente no que diz respeito às interpretações.
Cabe ainda ressaltar que a versão dublada certamente não é recomendada, visto que as vozes parecem ter sido escolhidas às pressas e não condizem, em sua maioria, com o personagem que emulam, tornando assim uma interpretação que já não é boa, em algo terrível.