Crítica | Star Wars VIII : Os Últimos Jedi

Oitavo filme da franquia inova, sem perder a essência da saga.

    (Atenção Spoilers A Frente) 

Após os eventos do Episódio 7, a Primeira Ordem está perseguindo os rebeldes pela galáxia e atacando suas bases com força total, enquanto a resistência faz planos de fuga desesperados. Rey (Daisy Ridley) vai até o velho mestre Jedi, Luke Skywalker (Mark Hamill) para pedir que ele a treine, ajude a derrotar os inimigos e mostre o lugar da garota nesse cenário.


Apesar da sinopse semelhante a de outros filmes da franquia, esse oitavo capítulo da saga Star Wars não é um repeteco de filmes anteriores, diferente de seu antecessor, pois aqui somos apresentados não só a novos cenários e personagens mas a uma trama completamente nova, dividida entre o treinamento de Rey prometido no filme anterior, e nos planos de Poe Dameron (Oscar Isaac), Finn (John Boyega) e Rose (Kelly Marie Tarn) para desativar o sistema de rastreamento da Primeira Ordem. Esses dois núcleos da trama nos permitem ter informações muito importantes sobre como está o universo de Star Wars nesse ponto do tempo.


Primeiro descobrimos como um Luke Skywalker envelhecido e desiludido se relaciona com a força e com a filosofia Jedi. Além disso, nesse segmento descobrimos que, por algum motivo, a Força está conectando Rey e Kylo Ren (Adam Driver) mesmo estando em pontos opostos da galáxia, e através das interações de  ambos somos apresentados a visões opostas de uma das maiores ideias do filme: o passado deve morrer para dar lugar ao novo. 


A única, porém crucial, diferença ideológica entre Kylo e Rey é que o primeiro deseja exterminar completamente o passado para recomeçar do zero, enquanto ela reverencia o passado e o usa para construir o futuro.


Enquanto isso, no segmento de Poe, Finn e Rose afirmam outra mensagem fortíssima do filme: as pessoas não são definidas por sua origem, e heróis podem surgir dos lugares mais inesperados. Não à toa os protagonistas dessa aventura são um ex-funcionário de limpeza, uma mecânica e um piloto rebaixado.


Além disso há espaço durante essa parte da história para críticas ao nosso mundo contemporâneo e sobre como a guerra é um mercado lucrativo para a indústria  bélica, que provém para ambos os lados, afim de perpetuar o combate e consequentemente, os lucros, além da desigualdade social gerada por tal situação.


Vale ressaltar também, que há uma ligação entre os temas de ambos os segmentos, como no momento em que é revelado que os pais de Rey, motivo de muita especulação por parte dos fãs, eram catadores de sucata como ela, e que a venderam em troca de bebida, tornando-a uma heroína de origem humilde assim como seus companheiros.


Todos os personagens e subtramas acabam culminando em um ponto comum, no clímax do filme, uma grande batalha no maior Cruzador Imperial, cenário de algumas das cenas de ação mais bonitas de todo o filme.


Beleza é algo que essa obra transborda, a fotografia, a cinematografia e o uso de cores aqui empregados tornam cada cena um espetáculo próprio, um destaque para a cena de luta de Rey e Kylo Ren contra a guarda de Snoke (Andy Serkis), onde os tons de vermelho e o uso de câmera lenta resultam em um espetáculo visual de encher os olhos.


Infelizmente o filme não é isento de falhas. Após o climax há mais uma cena de ação antes do encerramento do filme, o que o torna um pouco longo e repetitivo demais, apesar dos momentos legais que ocorrem durante essa última cena de ação.


Além disso alguns flashbacks que explicam como Kylo se voltou para o lado negro, e como Luke reagiu, acabam por descaracterizar Skywalker, que nunca tomaria a decisão que tomou nesse filme, principalmente após o Retorno do Jedi.


Por fim, apesar das falhas, o saldo final ainda é muito positivo. O filme consegue com êxito contar a história uma aventura espacial, criativa, com personagens cativantes, boas lições e que transborda esperança e leveza, o que, para mim, é o que Star Wars sempre foi.

Indicações Relacionadas: 

Se você gostou do filme, talvez queira ir atrás de outros trabalhos desse diretor, minhas recomendações são “Looper”, uma ficção científica mais pé no chão, e “A Ponta de Um Crime”, um filme que mistura os estilos noir e high school.     

9

NOTA

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