Crítica| O Que Te Faz Mais Forte (Stronger)

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Drama fala sobre superação e amadurecimento, mesmo nas piores situações.

Filmes sobre histórias de superação não são novidade no cinema, e principalmente, os que se baseiam em histórias reais. É comum que o tema desperte o interesse do público pelas pessoas que passaram por dificuldades na vida e conseguiram dar a volta por cima. Afinal, todo o ser humano tem vontade de superar suas dificuldades para realizar seus objetivos, e ver histórias de pessoas reais que conseguiram tal feito faz com que muitos se sintam inspirados.

No caso de “O Que Te Faz Mais Forte” não é diferente, acompanhamos a história de Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal), um homem que perde as pernas durante um atentado terrorista na maratona de Boston. E a partir daí vemos o seu processo de recuperação física, e principalmente, as consequências na mente de Jeff.

E esse talvez seja o aspecto mais interessante do filme: como Jeff encara sua nova condição e como isso afeta todos ao seu redor, principalmente sua namorada Erin (Tatiana Maslany), que se sente extremamente culpada, já que o rapaz estava assistindo a maratona naquele dia para vê-la correr.

Além de problemas com sua namorada, ainda há um conflito na forma como as pessoas enxergam Jeff e como ele enxerga a si mesmo, pois além de sobreviver a explosão, o homem também viu um dos terroristas, e seu retrato falado ajudou as autoridades a encontrar os criminosos. E tal fato faz com que todos enxerguem Jeff como um herói.


Todos menos o próprio Jeff, que não suporta toda a atenção que recebe. Para ele, seus atos não merecem reconhecimento, é como se o parabenizassem por ter perdido as pernas. Isso faz com que o homem, que já acreditava nunca ter feito nada direito na vida, se sentisse alguém sem valor, cujo único momento de importância foi o pior dia de sua vida.

O acontecimento faz com que Jeff adote um comportamento autodestrutivo, recorrendo ao abuso de álcool colocando-se em situações de perigo sem necessidade, negligenciando os tratamentos para melhorar sua condição. E sua forma de tratar com os outros também muda, principalmente com Erin, que se doa completamente para ajuda-lo e só recebe ingratidão como recompensa, culminando em uma cena muito intensa resultando no término do relacionamento.

Depois de perder sua namorada, Jeff tem um encontro com o homem que o ajudou no dia do atentado, e lá ele tem uma conversa que muda sua perspectiva sobre si e sobre a forma como os outros o viam. Ele entende que tornou-se um símbolo de superação e esperança para o resto das pessoas, dando o exemplo de que elas também podem superar seus problemas.

E no final, o filme tem uma mensagem muito interessante, sobre como o ato de ajudar alguém é uma relação mútua, onde ambos saem fortalecidos da experiência. E assim Jeff torna-se um símbolo de esperança, começa a se esforçar para melhorar fisicamente e como pessoa, e reconquista o amor de sua namorada.

Como resultado temos um filme que emociona, apesar de alguns momentos clichês e problemas de ritmo, e transmite mensagens edificantes, aliados a excelentes atuações por parte do elenco principal e belas imagens e movimentos de câmera por parte da equipe da produção. Resultando em um filme muito bom e competente.

8

NOTA

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