Crítica| 15h17 – Trem Para Paris

Filme conta história real sobre um ataque terrorista, de forma fraca e desinteressante.

Clint Eastwood é um nome muito respeitado no meio cinematográfico tanto como ator, quanto como diretor, e já trouxe alguns trabalhos aclamados por público e crítica. Filmes como “Os Imperdoáveis” e “Gran Torino” mostravam como seu talento era inegável.

E “era” é a palavra chave aqui, pois em 2014, seu filme “Sniper Americano” gerou muita polêmica. Muitas pessoas acusaram a obra de enaltecer um homem que na vida real fez coisas horríveis durante seu tampo na guerra. E agora em 2018 seu mais recente filme “15h17 – Trem Para Paris” segue um caminho muito similar.

A trama conta a história de  Spencer, Alex e Anthony, três jovens que se viram no meio de um atentado terrorista em um trem destinado a Paris. Por sorte, e incompetência por parte do terrorista, os três conseguiram desarmar e imobilizar o agressor.

Essa é uma história real, e fazer um filme sobre ela é uma boa ideia, se bem executado. Esse é o principal problema deste filme, ele transforma algo que podeira ser uma história tensa sobre pessoas que souberam o que fazer em uma situação extrema, na história mais genérica e desinteressante possível, adicionando várias cenas desnecessárias, diálogos sem profundidade ou importância e personagens que aparecem e somem quando é conveniente para roteiro, e dedicando pouquíssimo tempo a parte mais interessante: que é o atentado ao trem.

Soma-se ao péssimo desenvolvimento da história o uso dos verdadeiros sobreviventes do atentado como atores, o que até pode parecer uma boa ideia, mas sem a direção ou o treinamento adequado o filme que já não estava bom fica pior, pois em poucas cenas temos performances convincentes, tornando tudo muito artificial, fazendo com que o produto final pareça com um trabalho feito por amadores.

E como se não bastasse o filme ter um péssimo desenvolvimento e atores fracos, a montagem também deixa a desejar. Muito básica e sem nenhum esforço para tornar as cenas dinâmicas, fazendo com que um longa de uma hora e trinta minutos pareça ser meia hora mais longo, o que também é culpa do roteiro, que conta toda a trajetória de vida dos três amigos. Desde a infância até a vida adulta, quando eles decidem fazer uma viagem pela Europa, e focar um tempo absurdo nessa viagem.

No final, apesar de ter feito excelentes trabalhos no passado, Clint Eastwood entrega um filme que não agrada em nenhum de seus aspectos, comete erros tolos e entrega uma mensagem clichê e ultrapassada do heroísmo americano, no que é facilmente, até agora, o pior filme do ano.

Indicações:

Apesar do desastre cinematográfico que é “15h17 – Trem Para Paris“, Clint Eastwood já fez filmes muito bons, valendo a pena conferir “Os Imperdoáveis“, “Cowboys do Espaço” e “Gran Torino“.         

  

3

NOTA

Compartilhe: