Sobre o livro
Stanley Kubrick, o famoso diretor, consagrou definitivamente Laranja Mecânica ao transformar o romance distópico de Anthony Burgess em filme. Escrito em 1961 e publicado em 1962, o livro foi o resultado da urgência e desespero do autor ao ser diagnosticado com câncer. A história é narrada em primeira pessoa e trata de questões como violência, moralidade e comportamento. É dividido em três partes e uma curiosidade é que nem todas as edições possuem 21 capítulos, inclusive a que inspirou o filme, lida pelo cineasta, tinha um capítulo a menos.
Desenvolvimento
Alex e seus amigos dividem seu tempo entre a ociosidade e a marginalização. Como jovens de qualquer geração, os rapazes tem vocabulário próprio e repleto de gírias. Na primeira parte do livro acompanhamos as terríveis aventuras dos garotos pela cidade, o que inclui espancamentos, assassinatos e estupros. No lugar onde vivem não existe mais ordem ou lei, o caos literalmente foi instaurado.
A violência do protagonista é gratuita e a raiva de Alex não poupa nem mesmo seus colegas. Mas ao mesmo tempo que o personagem é incapaz de se compadecer com sofrimento alheio, ele revela uma sensibilidade na sua admiração por música clássica, mais especificamente por Beethoven.
Quando, enfim, é preso, o rapaz é punido por autoridades que também pertencem à mesma sociedade tomada pela brutalidade. Alex é submetido a um procedimento capaz de inibir sua agressividade através de intensas dores físicas. Numa certa altura do processo, os responsáveis pelo procedimento o expõem à humilhação pública para provar a eficácia do projeto.
O livro levanta questões éticas ao questionar o valor da intenção como parte das ações. Burgess propõe uma reflexão a respeito dos direitos do Estado sobre indivíduo. Seria correto reprimir a liberdade em nome da paz? A bondade por imposição é de fato bondade? No desenvolver do enredo percebemos que, talvez, a violência seja algo intrínseco a todos e o que separa a prática do mal da prática do bem seja apenas uma questão de autêntica coragem.
Malcolm McDowell como Alex
Considerações Finais
Embora parte da criatividade do autor seja a criação das gírias, os neologismos travam a leitura, principalmente no início, no entanto nas páginas finais tem um glossário. Malcolm McDowell exprimiu perfeitamente a perturbadora subversão do personagem. É um livro que além da distopia também apresenta relatos de horror que chegam ao absurdo, mas que consegue provocar reações nos leitores.
Informações técnicas:
Formato: PDF
Tradução: Nelson Dantas
Páginas: 161
Gênero: FICÇÃO CIENTÍFICA, CLÁSSICOS, DISTOPIA.
Editora: Aleph