Crítica | Detetives do Prédio Azul 2 – O Mistério Italiano

Filme infantil diverte, apesar de trama fraca.

Trazer um seriado para a tela grande tem seus desafios. Espera-se que o longa dialogue com os expectadores da série, sem excluir o público casual. Espera-se também, que o filme traga elementos novos e seja mais do que apenas um episódio de duas hora de duração.

Todos esses desafios são executados com alguma competência em “Detetives do Prédio Azul 2 – O Mistério Italiano”. O longa dirigido por Vivianne Jundi traz personagens simples, em uma trama não muito complexa, sem grandes ligações com o seriado ou com o filme anterior, tornando a obra compreensível mesmo sem nenhum conhecimento prévio.

No enredo, os detetives estão participando de um concurso para jovens músicos, que promete levar os ganhadores para a Itália. Graças a trapaça da bruxinha Berenice (Nicole Orsini), o grupo não é selecionado e sua rival é escolhida no lugar.

Para o azar de Berenice, o concurso é uma armadilha criada por dois bruxos malignos, Máximo (Diogo Vilela) e Mínima (Fabiana Karla), que desejam sequestrar as crianças para usar suas habilidades musicais em um feitiço, que concederá aos vilões vida eterna as custas da vida de vários outros bruxos, que estarão reunidos em uma convenção, na Itália. Para piorar a situação, os pais das crianças que participaram do concurso foram paralisados através de um feitiço, que se tornará permanente se não for revertido logo.

Cabe aos detetives Pippo (Pedro Henriques Motta), Bento (Anderson Lima), e Sol (Letícia Braga), resgatar as crianças, derrotar os bruxos e salvar os pais. Aqui temos um dos maiores problemas dos filme. Com um número tão grande de objetivos para os nossos protagonistas, e um número igualmente grande de subtramas e personagens secundários, a trama parece lotada e sem foco. Certos momentos perdem o senso de urgência que foi construído, e a história torna-se menos cativante do que poderia ser, pelo menos para a maioria dos adultos na plateia.

As crianças, por outro lado, vão prestar atenção nas atuações, caricatas e canastronas, porém super carismáticas dos vilões, ou nos cenários dentro do castelo dos bruxos, ou nos efeitos visuais, todos bastante simples mas que trazem um certo ar lúdico ao longa.

Além disso vale comentar as cenas gravadas em locações reais na Itália, que mostram que os valores de produção aumentaram bastante em relação ao seriado, e ao primeiro filme, dando a essa continuação um senso de grandeza. Realmente essa é uma aventura épica, mais do que apenas um episódio da série em longa metragem.

As mensagens transmitidas durante o longa também são bem positivas para as crianças. O altruísmo, a amizade, e a união são ideias reforçadas na obra, principalmente através da personagem Berenice, que tem de deixar a rivalidade com os detetives de lado para poder derrotar os bruxos e salvar as pessoas com quem se importa, no fim aprendendo o valor da amizade.

No fim, apesar de um roteiro simplez, e uma trama sem muito foco, “Detetives do Prédio Azul 2 – O Mistério Italiano” diverte, tem boas atuações, cenários e figurinos bonitos e criativos, belas locações, números musicais empolgantes, e mensagens importantes e educativas, além de um bom desenvolvimento de personagens. Uma boa opção para levar as crianças no cinema.

7

NOTA

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