Os Caçadores de Tempestades Estão de Volta na Sequência Eletrizante do Clássico dos Anos 90

Antes do Filme

Os filmes de desastres voltaram a pauta, desta vez Lee Isaac Chung (Minari: Em Busca da Felicidade) revive um dos clássicos filmes da “sessão da tarde” lançado nos anos 90 sobre catástrofes naturais. A cidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, é novamente arrasada por tornados devastadores. Twisters chega como a sequência que busca abordar novamente a vida dos caçadores de tempestades, mas agora com o viés científico mais aflorado.

O longa conta com um poderoso orçamento de aproximadamente $155 milhões para sua realização. Para dar vida a dupla de protagonistas, temos Glen Powell (Todos Menos Você) e Daisy Edgar-Jones (Pessoas Normais) que entregam o influenciador digital “Domador de Tornados” Tyler Owens e a traumatizada climatologista Kate Cooper, respectivamente.

Durante o Filme

Na parte inicial, o longa foca em apresentar a história de Kate, personagem com mais profundidade na trama, origem semelhante à da personagem de Helen Hunt no filme de 96. Conforme o tempo passa, as cicatrizes dos acontecimentos seguem atormentando Kate, assim como Javi (Anthony Ramos), que busca uma nova alternativa de controle meteorológico para que novos desastres não aconteçam de maneira inesperada.

Incialmente Kate parece relutante em voltar a rastrear tempestades, mas acredita no plano de seu amigo e ambos retornam para Oklahoma. Durante a execução da ideia de Javi, Tyler Owens cruza o caminho dos amigos com seu jeito cowboy totalmente irreverente, o influenciador digital realiza transmissões ao vivo com o objetivo de pôr em prática a ideia de seus seguidores.

Com o decorrer da trama, a inicial “rivalidade” entre Kate e Tyler sobre quem tem a maior capacidade de localizar tornados acaba amornando, e ambos descobrem que tem muito mais em comum do que imaginam. Com a intensificação das destruições pelos fenômenos climáticos, a dupla precisará pôr em prática um projeto antigo e ambicioso de Kate para evitar a catástrofe crescente.

Depois do Filme

Ao longo das mais de 2h de filme, somos transportados em diversos momentos de volta ao original de 96, seja com uma referência de dispositivo utilizada anteriormente, veículos ou falas reprisadas. Na cena de abertura, já demonstrando teorias fracassando na prática com consequências devastadoras, foi uma abordagem buscando prender a atenção do público desde o primeiro momento do longa. Os efeitos especiais bem utilizados transmitem ao espectador a grande dimensão e devastação causada pelos tornados. Destaque importante também para o design de som, que, assim como o de seu antecessor não deixa a desejar em nada, se tornando um filme ideal para ser visto na tela grande. Por ser ambientado nos dias atuais, o filme utiliza de diversos artifícios da ciência para a elaboração de novas ideias para entender o comportamento das tempestades e combatê-las.

A dupla de protagonistas é a grande essência do filme, assim como no original. Glen Powell e Daisy Edgar-Jones transbordam carisma em suas interações em tela, relação inicialmente baseada na competição e quebra da expectativa sobre relacionamentos em longas metragens, gerando diversas situações cômicas. Mas, com o decorrer da trama, ambos reconhecem suas cicatrizes do passado e buscam juntos domar seus medos de uma vez por todas. Apesar de toda a irreverência e insanidade que Tyler leva em sua vida buscando visualizações para seu perfil, ele também não age sem fundamentação prévia de suas ações. Enquanto Kate, apesar de séria e amargurada com seu passado, demonstra grande criatividade para solucionar o problema ambiental.

Ao sair da sessão, algumas questões me chamaram atenção, apesar de Twisters não ser uma sequência direta de seu antecessor, muitas cenas foram similares entre ambos os longas. A trama segue básica, mas tenta se aprofundar nos desdobramentos dos eventos pós-tornado, na tentativa de lucro a partir de tragédias, mas foi um segmento abordado brevemente só como combustível para o desenrolar da história. Apesar da retratação da trama baseada nos dias de hoje, os avanços tecnológicos atuais só se apresentam em alguns momentos oportunos ao longo da obra. Com diversas inspirações e adaptações do clássico da década de 90, senti falta de uma referência ao casal protagonista Bill (Bill Paxton) e Jo (Helen Hunt) de Twister. Por exemplo, na história de Kate, que possuí habilidades semelhantes às de Bill que acreditei que fosse ser referenciado em algum momento, mas optaram por deixar de lado.

Se a meta dos idealizadores era permanecer fiel ao original, mantendo o título como filme “sessão da tarde”, objetivo concluído. O saldo de Twisters é positivo, pois a obra acerta em entregar um filme de ação e aventura intrigante e envolvente em suas cenas de ação, com um elenco carismático e uma trama que, apesar de básica, consegue entregar no final do dia um filme divertido que vale a pena ser assistido na grande tela, por toda sua imersão e adrenalina no olho dos tornados.

7

NOTA

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