Antes da temporada
A HBO vem emplacando sucessos nas últimas décadas, como The Sopranos (no final dos anos 90) e Game of Thrones (de 2011), seu maior sucesso mundial. Depois disso, Big Little Lies, Euphoria e, mais recentemente, Peacemaker, vem consagrando a produtora HBO Entertainment como uma das maiores de Hollywood, vencendo estatuetas em diversas premiações. Vamos falar hoje, então da segunda temporada de Euphoria, a série que retrata colegiais e seus profundos problemas.
Idealizada e dirigida por Sam Levinson, Euphoria teve uma aclamada primeira temporada (2019), que rendeu o Emmy de Melhor Atriz em Série de Drama para Zendaya. Portanto, as expectativas para a segunda temporada estavam altíssimas, tanto para a crítica especializada quanto para o público.
Durante a temporada
A primeira coisa que devemos notar são os arcos dos diferentes personagens. Todos se conectam com a personagem de Rue (Zendaya), que luta para se manter livre das drogas. Apesar de trazer assuntos pesados como dependência química, sexo e violência, também é fácil se identificar com os personagens, quando os adolescentes descobrem seus corpos e interesses, e buscam seu lugar no mundo. Durante a primeira temporada, conhecemos, nos apaixonamos por alguns personagens e odiamos outros, mas com tempo de tela o suficiente para trazer o tom certo de drama para todas os arcos.
Já na segunda, temos o excesso de alguns atores em detrimento de outros. Não me leve a mal, a intérprete de Cassie (Sydney Sweeney) é magistral, mas ninguém aguenta mais a menina mimada. Por outro lado, vemos nada de McKay (Algee Smith) e muito pouco de Kat (Barbie Ferreira), essa última tendo entrado em conflito com Levinson devido a “diferenças criativas” para os rumos da personagem (e, nessa altura o diretor achou melhor só cortá-la).
Os episódios também não se comunicam muito entre si, deixando um abismo na própria conexão entre os personagens. Aquele drama bem construído da primeira temporada falha por conta dos furos de roteiros do roteiro e, novamente, o mau aproveitamento desses protagonistas. Isso traz furos na história e, sinceramente, não parece que serão resolvidos na próxima temporada.
Mas nem tudo é erro com Euphoria. A história ainda cativa, e tem seus momentos de brilho, como a peça de Lexi (Maude Apatow) nos dois últimos episódios. A trilha musical composta por Labrinth traz bastante emoção. E claro, não dá para esquecer da fotografia impecável de Marcell Rév, que teve uma mudança de câmera digital para analógica na segunda temporada. Figurino e maquiagem também estão muito presentes, e é justamente o que deu origem à estética Euphoria, copiada por jovens em festas e em seu estilo.
Depois da temporada
Euphoria continua ditando o que está na moda em relação a roupas, acessórios e maquiagem, o que colabora ainda mais para o sucesso da série, apesar dos problemas da temporada atual. A terceira temporada está marcada para estrear em 2024, e esperamos que se resolvam algumas das questões que ficaram sem resposta e que voltem personagens que foram completamente ignorados pelo roteiro e ainda têm muita história a oferecer.