Antes da série
As estreias da Netflix não param! Agora foi a vez de O Gambito Da Rainha, minissérie baseada em um livro homônimo de Walter Tevis, de 1983. Apesar de ser uma série sobre xadrez, a produção passa longe da monotonia.
Trama e roteiro
A história relativamente simples é cativante do início ao fim de seus sete episódios. A minissérie acompanha Beth Harmon (Anya Taylor-Joy), uma jovem enxadrista nos anos 60. Enviada ao orfanato depois de um acidente de carro, a protagonista de nove anos já possui facilidade com matemática e habilidade de estratégia. É lá que Beth descobre o xadrez, ensinada pelo zelador do orfanato. Não leva muito tempo para que ela revele todo o seu talento e vença o tutor nas partidas. Aos 15 anos, Beth é adotada e começa a investir em campeonatos com sua nova mãe.
No entanto, nenhum relacionamento da protagonista parece durar: ela foca no aqui e agora, levando sua vida como uma partida de xadrez. E tudo o que Beth quer é vencer; se ela perde, seu comportamento autodestrutivo a leva às drogas, seja álcool, calmante ou cigarro.
O único ponto baixo da série é a romantização e a falta do aprofundamento do vício, sem mostrar Beth em sua forma mais crua. Por outro lado, a série acerta ao tentar fugir do esterótipo de “uma mulher em um mundo de homens” e do apelo excessivamente feminista, tratando a protagonista pelo que ela é, uma enxadrista acima de tudo.
Atuação e personagens
A única atuação que merece destaque aqui é de Taylor-Joy. Apesar da carreira recente, de pouco mais de cinco anos, a atriz coleciona grandes títulos como A Bruxa, Fragmentado e Vidro. Com seus olhos instigantes, Anya prende os espectadores e com seu carisma, carrega a minissérie nas costas. Ela captura a essência de uma Beth focada, lógica e estratégica.
Personagens que deveriam ter mais importância como a mãe adotiva de Beth, Alma (Marielle Heller), e os amigos Harry Beltik (Harry Melling) e Benny Watts (Thomas Brodie-Sangster) são apenas coadjuvantes ofuscados pela protagonista.
Depois da série
O Gambito Da Rainha é rápida e inteligente, e às vezes nem parece ser ficção. A produção contou com dois consultores enxadristas (Garry Kasparov e Bruce Pandolfini) para que os jogos e a atmosfera dos campeonatos parecessem os mais reais possíveis. Na pele da protagosnista, Anya Talor-Joy torna a série cativante a ponto de nos dar vontade de jogar uma partida de xadrez, ou ao menos aprender os básicos do jogo.